Política
Incra tenta resolver briga por terra hoje

ODILON RIOS Repórter Representantes do Movimento de Libertação dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MLST) e a superintendência do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas marcaram para hoje, às 10 horas, uma reunião em Murici para tentar resolver o impasse da fazenda São Simeão, de propriedade do governo federal há mais de seis anos. Na última segunda-feira, o MLST ocupou o cartório da cidade pedindo as certidões da área da fazenda, mas não obteve êxito. O movimento quer saber se a fazenda tem débitos com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), para facilitar o processo de desapropriação da área, com mais de cinco mil hectares e que abrange os municípios de Branquinha e Murici. Ontem, uma reunião na sede do Incra tentou resolver o impasse. Tínhamos uma pauta com 18 itens mas conseguimos negociar 80%, disse o dirigente estadual do movimento, Marcos Antônio da Silva, o Marrom. Entre os itens da pauta, além do impasse envolvendo a fazenda São Simeão, o movimento reivindicou cestas básicas para acampamento e pressa na vistoria e avaliação de algumas áreas, a exemplo da Agrisa. Segundo a assessoria de comunicação do Incra, o proprietário da Agrisa, o empresário Nivaldo Jatobá, entrou com recurso em relação a primeira avaliação feita pelo órgão sobre os valores dos imóveis que compõem a Agrisa, mas o Conselho de Decisão Regional manteve a proposta da superintendência. O processo, segundo a assessoria do Incra, será encaminhado a Brasília para emissão de decreto presidencial, o que poderá ocorrer em 2 meses, se não houver novo recurso. As terras da Agrisa compõem 34 fazendas, com 21 mil hectares ao todo. A proposta é que as terras se transformem em uma cooperativa de pequenos produtores de cana-de-açúcar. Afastamento Até julho, o Incra alagoano vai afastar o superintendente adjunto do instituto, Marcos João, com mais dois diretores. A medida faz parte do acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O superintendente Gino César permanece no cargo. O MST também está organizando a vinda de um dos dirigentes nacionais da Comissão Pastoral da Terra (CPT), João Pedro Stédile. Ele faz palestra na sexta-feira na capital sobre os movimentos sociais e a luta pela reforma agrária.