Política
Referendo das armas est� por um triz

AGÊNCIA OGLOBO Brasília O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Velloso, disse que ainda é possível fazer o referendo que perguntará aos brasileiros se concordam ou não com a proibição da venda de armas de fogo no país se o Congresso aprovar até o fim deste mês o projeto de decreto legislativo que estabelece as regras para a consulta. Segundo Velloso, se o projeto for aprovado, o referendo deverá ser marcado para o dia 23 de outubro. Velloso recebeu na última quarta-feira um grupo de parlamentares, liderado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para discutir o assunto. Houve quem afirmasse que já estaria sepultado o referendo tendo em vista a necessidade de se observar 150 dias para o fechamento do cadastro de eleitores mas, examinando melhor a questão, concluímos que não. Estamos fixando o limite de cerca de 90 dias, disse Velloso. Pressão Terça-feira, Renan, Velloso e alguns líderes partidários deverão ser recebidos pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE). Na reunião, eles pedirão que Severino marque uma data para a votação do projeto. O atraso foi causado por medidas provisórias que travaram a pauta. Como as medidas são de análise prioritária, outros assuntos ficaram prejudicados. Está nas mãos dos parlamentares, por exemplo, definir a pergunta exata que será feita aos eleitores. A tendência é que o questionamento seja o mais direto possível, restrita à possibilidade de proibição da venda de armamento em território nacional. Embora o Congresso ainda não tenha definido os detalhes sobre a votação, o TSE já se antecipou e tem sob controle os planos operacionais. Os programas de informática das urnas já estão em fase de finalização. Também estão à disposição os demais equipamentos necessários para a realização da votação, como disquetes e cabinas de proteção para as urnas. Por dia, segundo dados, 104 pessoas morrem por armas de fogo no Brasil.