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Nº 5759
Política

FHC corteja deputados para impedir cria��o de CPI

O vice-líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro, da Bahia, afirmou que começa na próxima terça-feira a colher assinaturas para a instalação de uma CPI para investigar as novas denúncias que envolvem o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de

Por | Edição do dia 07/05/2002 - Matéria atualizada em 07/05/2002 às 00h00

O vice-líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro, da Bahia, afirmou que começa na próxima terça-feira a colher assinaturas para a instalação de uma CPI para investigar as novas denúncias que envolvem o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira no suposto esquema de cobrança de propina durante o processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce. O presidente Fernando Henrique Cardoso fez recomendações a dirigentes tucanos e auxiliares de que a prioridade é cortejar o PFL para impedir a CPI, além de sondar personagens envolvidos para evitar surpresas e saber o que falar publicamente. A orientação de FHC é tratar bem os 97 deputados e 16 senadores do partido. Para que saia logo uma CPI, é preciso que ela seja mista e tenha um terço das assinaturas na Câmara (171) e no Senado (27). Na Câmara, a oposição tem entre 120 e 140 deputados, a depender do tema. No Senado, esse grupo é de 19 membros e também não vota unido sempre. Ou seja, uma CPI não vinga sem apoio do PFL. Em relação a Serra, a recomendação de FHC é indicar nesta semana o vice peemedebista para a sua chapa, a fim de sair da defensiva e não dar combustível à movimentação de setores do PFL e do PSDB pela troca de candidato. FHC acha que Serra passa por um mau momento, que maio será um mês de turbulência para ele e que é preciso minimizar os atritos. Para a instalação são necessárias 171 assinaturas de deputados. Pinheiro disse esperar conseguir o número suficiente e contar com o apoio dos tucanos. “Se o PSDB tem certeza de que se nem Serra nem o governo estão envolvidos nisto, sua bancada tem mais é que assinar a CPI para tirar qualquer dívida”, afirmou. Caso a CPI seja aprovada, ela ainda teria que entrar em uma fila com mais de 20 comissões de inquérito que aguardam instalação. No entanto, Pinheiro ressaltou que um acordo de líderes pode fazer com que a CPI do Ricardo Sérgio “fure a fila”. Segundo o deputado, a CPI é necessária, porque até agora todas as investigações do Ministério Público sobre Ricardo Sérgio não puderam seguir devido à impossibilidade jurídica de o órgão quebrar os sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-diretor do BB, poder que uma CPI possui. Além do caso da privatização da Vale do Rio Doce, Ricardo Sérgio foi acusado de participar de um suposto esquema de propina envolvendo o BNDES na privatização do Sistema Telebrás, em 98, escândalo que na época resultou na demissão do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos de Mendonça de Barros.

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