Política
Celso Luiz oficializa hoje sa�da do PSB

LUIZA BARREIROS PETRÔNIO VIANA Repórteres Três meses depois de ter anunciado que pretendia deixar o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o presidente da Assembléia Legislativa Estadual (ALE), deputado Celso Luiz, deverá oficializar hoje sua decisão. Na última quarta-feira, ele já teria conversado sobre o assunto com o presidente do PSB, vice-governador Luis Abílio de Sousa, ficando à vontade para fazer o anúncio público a partir de hoje. No início do ano, o PSB perdeu o governador Ronaldo Lessa para o PDT e com a saída dele, Celso Luiz passou a ser o nome com maior peso eleitoral na legenda. A expectativa é de que junto com a oficialização, o deputado sertanejo também anuncie seu ingresso no PMN, um partido sem muita expressão política no Estado, mas que deverá ganhar força a partir do ingresso do parlamentar. No dia 8 de abril, Celso Luiz anunciou que pretendia deixar o PSB, alegando ?falta de espaço político?. A intenção dele seria ir para um partido pequeno, em que tivesse maior poder de decisão, já que no PSB vinha sendo preterido na escolha do nome que seria apresentado como eventual candidato ao governo em 2006 ou como vice, no caso de o senador Renan Calheiros (PMDB) sair candidato em aliança com o PSB. Em entrevista à Gazeta, Celso Luiz chegou a declarar que no PSB existe um ?discurso de ser grande?, mas que ?apenas uma minoria decidia?. Isso porque além de Celso Luiz, havia os mesmos interesses por parte do atual presidente da legenda, o vice-governador Luis Abílio de Sousa - de forma mais discreta - e da ex-prefeita Kátia Born, que não esconde de ninguém a vontade de disputar o governo do Estado em 2006. Para ficar na legenda, Celso Luiz queria ter a certeza de que somente ele seria o indicado pelo partido, o que acabou não acontecendo. Ainda em abril, o governador Ronaldo Lessa tentou convencer Celso Luiz a permanecer no PSB, mesmo estando, ele próprio, fora da legenda. Celso Luiz prometeu pensar e pediu ?um tempo? para decidir. Durante esse tempo, o deputado chegou a viajar para São Paulo acompanhado do presidente estadual do PMN, Elias Barros. Na capital paulista, Celso Luiz se reuniu com lideranças nacionais do partido, que reforçaram o convite para ingressar na legenda. De volta ao Estado, Celso Luiz continuou fazendo declarações sobre sua indecisão. O prsidente da ALE chegou a pedir um afastamento de suas funções, por um prazo de vinte dias, para ouvir a opinião de sua base aliada no interior do Estado, composta por prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias. Em suas conversas, Celso encontrou aliados contrários a sua saída do PSB, mas também quem apoiasse, não só sua saída do partido, como seu rompimento político com o governador Ronaldo Lessa. O deputado voltou de sua licença ainda sem tomar uma decisão definitiva, mas aproveitou para fazer um balanço de sua popularidade no interior do Estado e traçar um cenário político para as eleições de 2006. Com a saída de Celso, o PSB deverá perder também um grande número de prefeitos e vereadores do interior, que deverão acompanhar o deputado em sua nova legenda. O número de gestores fiéis a Celso Luiz aproxima-se de duas dezenas, além de presidentes de Câmaras Municipais, vereadores e secretários municipais. Confiante, Celso espera dar maior visibilidade ao novo partido, a partir de sua facilidade em se mover e firmar alianças com os diversos setores e tendências políticas de Alagoas. Peso Aliado de Lessa desde a sua primeira eleição para o governo do Estado, em 1998, Celso Luiz é apontado nos meios políticos como um dos grandes responsáveis pelas duas eleições do governador, a quem garantiu expressivas votações, principalmente no Sertão do Estado. Mas sua saída do PSB não significa rompimento com Lessa. ?O compromisso que eu tenho com ele [Lessa], de votar nele para senador em 2006, não está em discussão?, disse o deputado em entrevista dada à Gazeta no final de abril. Ontem Celso não falou com a imprensa, mas sua assessoria disse que ele se pronunciará hoje após a palestra do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, na Associação Comercial.