Política
MPF vai ampliar devassa contra ex-diretor do BB

Brasília ? O Ministério Público Federal vai pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário da corretora RMC e da empresa de consultoria Planefin, cujo dono é o empresário e ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira. O pedido de quebra também abrangerá a Antares e a Consultatum, que têm como sócio Ronaldo de Souza. Amigo e parceiro de Ricardo Sérgio em negócios, ele também será incluído na investida do Ministério Público. Também estarão no alvo da quebra de sigilo bancário as empresas 141 Participações e Rivoli, companhias que, segundo o Ministério Público, poderiam ter sido utilizadas para pagar uma propina de R$ 90 milhões a Ricardo Sérgio durante o processo de privatização da telefonia. À frente das investigações sobre supostas irregularidades, enriquecimento ilícito e improbidade administrativa nas privatizações, o procurador Luiz Francisco de Souza também vai requisitar à Receita Federal a realização de uma auditoria fiscal nas empresas e nas declarações de Ronaldo de Souza e de sua mulher. Ricardo Sérgio já está sendo investigado pela Receita devido a inconsistências detectadas em suas declarações ao Fisco referentes aos anos de 1998 e 1999. Ele tentou na Justiça barrar a entrega de documentação, mas perdeu. ?Mas a Receita pediu dados apenas de Ricardo Sérgio e de sua mulher, Elizabeth. Para a investigação em curso, isso não é suficiente, pois a grande fatia dos ganhos que ele recebeu não vieram do Banco do Brasil, mas de negócios de suas empresas e em parceria com Ronaldo de Souza?, disse o procurador Luiz Francisco. No ano passado, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) denunciou que Ricardo Sérgio teria cobrado uma propina de 3,4% sobre o capital total da Tele Norte Leste, de R$ 2,7 bilhões, para direcionar a atuação dos fundos de pensão na privatização das teles em favor do empresário Carlos Jereissati, do grupo La Fonte. O percentual corresponderia a R$ 90 milhões. Segundo ACM, apenas uma primeira parcela teria sido paga.