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Nº 5759
Política

Lula vende imagem “light” e Serra tenta ser vi�vel para empres�rios

Os pré-candidatos à Presidência, que participaram, ontem, de encontro na Confederação Nacional da Indústria (CNI), procuraram mostrar um discurso palatável aos empresários e adotaram uma aura de “salvadores da pátria”. O pré-candidato do PT, Luiz Inácio

Por | Edição do dia 10/05/2002 - Matéria atualizada em 10/05/2002 às 00h00

Os pré-candidatos à Presidência, que participaram, ontem, de encontro na Confederação Nacional da Indústria (CNI), procuraram mostrar um discurso palatável aos empresários e adotaram uma aura de “salvadores da pátria”. O pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, foi o primeiro a falar à platéia, formada pelos principais empresários do País. Mostrou um discurso “light”, defendeu a reforma tributária, disse ser contra a Alca, mas a favor do livre comércio, e falou na possibilidade de apoiar algumas mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Já Ciro Gomes (PPS) propôs um modelo estratégico de crescimento, enquanto José Serra (PSDB) fez um alerta: “Brasil vira Argentina se não mantiver a casa arrumada”. O candidato do PSB, Anthony Garotinho, também propôs mudanças nos impostos. Entre os principais pontos defendidos pelo candidato petista estão o investimento em infra-estrutura, ampliação da projeção do País no mercado internacional, controle da inflação e, ainda, investir mais para aumentar a produção e exportar, “para que mais empregos sejam gerados”. Lula aproveitou o debate com os empresários para criticar as agências de classificação de risco por ficarem dando “palpite” sobre a economia brasileira. O pré-candidato lembrou que foram essas mesmas agências que recomendaram ao ex-presidente argentino Fernando de La Rúa que trouxesse de volta o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo para salvar a Argentina. “E deu no que deu”, afirmou. Com um “economês” de ex-ministro da Fazenda, o pré-candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República, Ciro Gomes, criticou a situação atual da economia do País em apresentação aos empresários da indústria. O pré-candidato criticou a globalização, que chamou de “ideologia de quinta categoria que ganhou corações e mentes no Brasil”. Segundo ele, a globalização “não é um jogo no qual se possa se entregar passivamente”. Ciro Gomes acusou o também pré-candidato José Serra (PSDB) de ter trabalhado contra o Plano Real em 1993, quando era líder do governo na Câmara dos Deputados. Ciro, que também era do PSDB, disse que testemunhou um fato no qual Serra orientou a bancada do PSDB a retirar o apoio à Revisão Constitucional, considerada na época vital para a implantação do plano. Na ocasião, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e Pedro Malan, que era o negociador da dívida externa, estavam fora do País e não foram avisados por Serra de sua atitude. “Fui chamado às pressas para vir de Fortaleza para convencer a bancada do partido a voltar atrás”, disse Ciro, na época governador do Ceará. “Eles tentaram puxar o tapete de FHC e Malan. Tudo o que ele fez para atrapalhar o Plano Real, ele fez”, disse Ciro. Ele afirmou ter mais casos como este para contar. Quanto à afirmação de Serra dizendo que não se envolveria em baixarias, ao responder Ciro Gomes, que o chamou de inescrupuloso, o pré-candidato do PPS disse que não retira nada do que disse. “Se eu fosse ministro da Saúde e pagasse R$ 1,8 milhão para contratar uma firma de arapongagem com o dinheiro do povo, estaria me comportando de forma inescrupulosa, e é o que eu acho dele”, afirmou. O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Anthony Garotinho, foi outro pré-candidato que defendeu a reforma tributária. “A reforma tributária tem que ser o ponto número um na agenda do próximo presidente”, afirmou. Garotinho defendeu, ainda, a redução do depósito compulsório dos bancos exigido pelo Banco Central, como medida para aumentar a oferta de crédito ao setor produtivo do País. “O crédito é fundamental para retomar a política de crescimento”, afirmou. José Serra, que foi o terceiro a mostrar suas idéias, procurou passar a imagem de que pretende manter as principais metas do governo Fernando Henrique Cardoso, mas destacou o que considera “mudanças necessárias” na política econômica. Os pré-candidatos à Presidência da República também fizeram uma análise do documento “A Indústria e o Brasil: Uma Agenda para o Crescimento”, elaborado a partir de pesquisa com mais de dois mil empresários e dirigentes de associações industriais. Em seu discurso de abertura do debate o presidente da CNI, Fernando Bezerra, defendeu a manutenção da Lei de Responsabilidade Fiscal.

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