Política
Vereador reclama aus�ncia de prefeito

| LUIZA BARREIROS Repórter O prefeito Cícero Almeida (PDT) foi duramente criticado ontem pelo vereador Marcelo Malta (PCdoB), por não ter comparecido à sessão pública convocada para discutir o futuro do lixão de Maceió. Segundo Malta, a sessão deveria ter acontecido na segunda-feira da semana passada, mas foi adiada para ontem, depois que o prefeito manifestou interesse em participar da discussão. A sessão pública foi adiada em consideração ao Poder Executivo. A ausência é lamentável, e é preciso que a gente investigue o que há por trás dela, pois não acho que seja gratuita. É no mínimo desrespeitosa ao Legislativo e às autoridades que vieram prestigiar a sessão pública, reclamou Malta. O presidente da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), João Vilela, também não compareceu à sessão. Segundo a assessoria do prefeito Cícero Almeida, o prefeito não se comprometeu formalmente a participar da sessão. Não existe nenhum documento da prefeitura solicitando o adiamento. A iniciativa da Câmara é louvável e a prefeitura enviou para o debate uma técnica da Slum, que é a maior referência no assunto na estrutura do município, justificou o secretário de Comunicação, Marcelo Firmino, referindo-se à engenheira ambiental e sanitária Karla Gomes Vasconcelos. O secretário de governo, Carlos Ronalsa, também compareceu à sessão. Segundo Marcelo Firmino, a solução para o lixão de Cruz das Almas é uma preocupação do prefeito, que já visitou diversas cidades para conhecer projetos de implantação de aterros sanitários em substituição a lixões. A expectativa da prefeitura é resolver o problema até o fim deste ano, garantiu o secretário. SALVADOR A sessão de ontem foi convocada a pedido dos vereadores Marcelo Malta e Cristiano Matheus (PFL). Os dois conheceram de perto o parque socioambiental de Canabrava, em Salvador, onde antes funcionava o lixão da cidade. Para falar sobre a experiência desenvolvida na capital baiana, os vereadores trouxeram para Maceió o ex-diretor da Limpurb (empresa municipal de coleta de lixo de Salvador), Luciano Fiúza. Na capital baiana, a área do lixão foi utilizada para reaproveitamento econômico, por intermédio da produção de biogás, por meio da decomposição do lixo e a venda de Créditos de Carbono. Segundo Fiúza, onde antes havia um lixão a céu aberto, hoje há um parque bem cuidado, campo de futebol e uma área de reflorestamento. O projeto desenvolvido na Bahia é uma iniciativa do governo canadense, representado pela Conestoga-Rovers e Associates (CRA), que investiu R$ 3,5 milhões no Parque de Canabrava. No local, foram instalados uma usina de geração de energia alternativa com a queima do metano e usinas de transbordo e triagem de produtos recicláveis, que geram 450 empregos para a comunidade. A capital baiana foi a primeira da América Latina a ser beneficiada com royalties gerados pelos Créditos de Carbono, sistema instituído pelo protocolo de Kyoto para combater o crescimento do buraco na camada de ozônio. Por essa sistemática, empresas poluidoras compram créditos de quem reduz a emissão de carbono na atmosfera. No primeiro ano, Salvador vai lucrar US$ 200 mil em royalties e, em dez anos, a previsão é de US$ 5 milhões. Para Marcelo Malta, o problema do lixão de Maceió também pode ser resolvido rapidamente, sem custos. Precisa de determinação política e da definição do local de instalação do aterro.