Política
Non� busca votos na bancada alagoana

| ODILON RIOS Repórter A renúncia do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), acabou gerando um efeito positivo, pelo menos para o deputado federal José Thomaz Nonô (PFL), que é vice-presidente da Casa. Ele deverá presidir as cinco sessões antes da eleição para o novo presidente. Além disso, Nonô é candidato à vaga, apoiado pelo PFL e PSDB. Em conversa com a Gazeta ontem pela manhã, por telefone, e mostrando cautela ao tratar determinados assuntos, Nonô disse que estava fazendo campanha. Recebeu ontem os deputados alagoanos Benedito de Lira (PP) e Jurandir Bóia (PSB). Não sei se eles vão votar em mim, afirmou o deputado, explicando que outros partidos, como o PPS, PV e PDT, discutiam o seu nome para a presidência. Dá uma base extremamente confortável, analisou. Estou conversando com os deputados individualmente. Conheço a Casa. Nonô falou com a reportagem pouco depois de conversar com Severino, mas não deu detalhes sobre o discurso de despedida do agora ex-presidente. Impeachment Nonô explicou o principal motivo para que o Palácio do Planalto não aceitasse o seu nome para a presidência da Câmara: um eventual pedido de impeachment contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado, que fazia duras críticas ao presidente, pareceu mais comedido ao falar do assunto. Inquirido se daria ou não prosseguimento a um processo de retirada de Lula do cargo, caso fosse eleito para a presidência da Câmara, resumiu: Isso se vê no momento adequado, e evitou cogitar hipóteses. O receio deles [membros do governo] é uma coisa aventureira, detalhou, ao falar sobre o impeachment. Na Mesa [Diretora da Câmara] sempre fui o mesmo. Não mudo minha opinião nem meus conceitos, apontou. Em tom de brincadeira, disse que a imprensa é que vai julgar, caso seja eleito para a Presidência da Câmara. Se eu vier a ser presidente da Câmara, a imprensa será o meu juiz. Nonô pertence ao grupo do deputado federal João Lyra (PTB). Indicou o atual secretário de Saúde de Maceió, João Macário, e é deputado federal desde 1983. Em 2000, disputou a prefeitura municipal de Maceió, mas perdeu para a então prefeita Kátia Born (PSB). Nonô é cotado para concorrer ao Senado no ano que vem, enfrentando o governador Ronaldo Lessa (PDT). ### Renan quer que investigação continue Ao comentar, ontem, a renúncia do deputado federal Severino Cavalcanti (PP-PE), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), disse que a crise não se encerra e que é preciso apurar as denúncias que envolvem outros parlamentares. É preciso que se aprimore a ética e a transparência para que se apure tudo e se punam os culpados, disse, ao deixar o plenário. Segundo ele, a melhor forma para isso é aprovando a reforma política. Sobre os nomes dos candidatos à sucessão de Severino na presidência da Câmara, Renan Calheiros disse que muitos partidos têm bons nomes. Mas ressaltou que o perfil do candidato ideal deve ser composto de serenidade e equilíbrio, além de um empenho grande com o compromisso de votar a reforma eleitoral de emergência até o dia 30 de setembro e da reforma tributária até o final do ano. O novo presidente deverá se empenhar na votação das reformas que já foram votadas no Senado e que aguardam, há anos, a votação pela Câmara. O Senado tem feito a sua parte, e é preciso que a Câmara também faça a sua, opinou. Perguntado sobre a candidatura de Michel Temer, do PMDB, Renan disse se tratar de um bom nome. Ele não comentou a candidatura de Nonô. |OR