Política
PDT nacional recua sobre Sampaio

| ODILON RIOS Repórter A direção nacional do PDT recuou ontem na proposta de tirar do cargo o presidente regional, Geraldo Sampaio. A decisão sobre a provável saída de Sampaio da presidência do PDT era esperada para ontem, mas o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, disse à Gazeta, por telefone, em rápidas palavras: O motivo para ele sair [da presidência] é esse: ele [Geraldo Sampaio] pediu para sair, explicou, antes de desligar o telefone e sem atender ligações posteriores. Na mesma entrevista, Lupi contou, ao falar sobre a saída ou não de Sampaio da presidência do PDT: Não posso informar isso ainda. Tem que levar um tempo. Ontem, uma nota assinada pelo próprio Geraldo Sampaio dizia que ele está cuidando da sua saúde e não está discutindo política, mas promete que dentro de alguns meses voltará a discutir política partidária estadual e federal. Além disso, diz a nota, Geraldo Sampaio acompanha o estado de saúde de sua mãe, senhora Heloísa Sampaio, que, no dia primeiro de dezembro, completa 100 anos de idade. A Gazeta apurou que o clima de mistério no PDT alagoano tem explicação: uma reunião na próxima segunda-feira, entre o governador Ronaldo Lessa (PDT) e Geraldo Sampaio, para acertar os detalhes da vinda de Lupi e do secretário regional do PDT, Manoel Dias, a Alagoas e resolver se o presidente fica ou não no cargo. Ainda pela apuração da reportagem, o estado de saúde de Sampaio não estaria impedindo o presidente do PDT alagoano de tomar banho de mar e caminhar na praia. Lessa e Sampaio organizaram na quinta-feira um almoço que durou duas horas e tentaram mostrar clima de tranqüilidade. Ontem, após a posse do novo Gestor de Articulação Colegiada, Pedro Alves, o governador parecia insistir na tese da doença do presidente do PDT. Estamos absolutamente afinados. Se ele [Sampaio] agüentar... O problema é o seguinte: o doutor Geraldo precisa se recuperar. No momento adequado a direção nacional conversará com ele, se tiver que conversar. Não estou preocupado, explicou Lessa. ### Dança de partidos também no Palácio Mesmo antes do término do prazo da Justiça Eleitoral para a filiação de novos membros nos partidos políticos, a situação de alguns integrantes do governo estadual estava praticamente resolvida na manhã de ontem. O presidente do Instituto de Terras (Iteral), Cláudio Calheiros, que estava no PSB, filiou-se na quinta-feira ao PDT e garantiu que não disputará as eleições do ano que vem. O secretário de Desenvolvimento Humano, Petrúcio Bandeira, se colocava ontem como candidato a deputado estadual, pelo PSB. A secretária extraordinária, Genilda Leão, tinha como certa sua ida para o PDT. Assinou na quinta-feira sua ficha de desfiliação no PSB e confirmou sua entrada no PDT no mesmo dia. É candidata a deputada estadual. A secretária de Saúde, Kátia Born, fica no PSB e assume segunda-feira a presidência estadual do partido, no lugar do vice-governador Luis Abílio, desde quinta no PDT e candidato ao governo, apoiado por Lessa. Kátia nega desentendimento com o governador. O secretário metropolitano, Alberto Sextafeira, permanece filiado ao PSB. Kátia é candidata a deputada federal; Sextafeira a estadual. A procuradora-geral do Estado, Idelva Pinto, filiou-se ao PDT, há cerca de dois meses. Petistas Os petistas não mudaram de sigla, pelo menos os do governo. O presidente da Fundação Alagoana de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Thomaz Beltrão, fica no PT; o secretário de Cidadania de Direitos Humanos, José Roberto, e a secretária de Economia Solidária, Trabalho e Renda, Nádia Rodrigues, não mudam de legenda, ou seja, estão no PT. Ninguém assume candidatura ano que vem. O gestor de Articulação Colegiada, Pedro Alves, e a secretária de Articulação, Fátima Borges, que saíram do PSB há três meses, ficam no PDT, assim como o próprio governador Ronaldo Lessa, encerrando os boatos de uma possível volta ao PSB, já que o PDT está fora da base aliada do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Com a permanência da verticalização, o PDT poderá lançar candidato à Presidência da República ou fazer coligações, incluindo o P-SOL. |OR ### Governo quer economizar R$ 21 milhões O governo estadual publicou ontem decreto no Diário Oficial do Estado cortando gastos na administração, como a redução para quatro cargos na Unidade Executora Estadual do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur-AL), a extinção da Companhia Alagoana de Parcerias Público-Privadas (Comap) e da Agência de Fomento de Alagoas S/A (Afal). Água, luz, passagens aéreas, telefonia fixa (não foram incluídos celulares), locação de veículos, combustíveis e material de expediente também estão na lista das tesouradas. O objetivo do governo é economizar R$ 7 milhões por mês, até o fim do ano, ou R$ 21 milhões até dezembro. Ao contrário do que foi informado ontem, o escritório de São Paulo não será extinto, mas os serviços serão suspensos temporariamente, conforme explicou o governador Ronaldo Lessa (PDT). No caso da Comap, a Companhia de Intermediação e Parcerias de Alagoas (Cepal) absorverá suas funções. Além disso, as secretarias regionais do Norte, Centro, Agreste e Sertão serão transformadas em subsecretarias e ficarão sob a responsabilidade da secretária de Articulação, Fátima Borges. A superintendências dos Movimentos Sociais, o Núcleo Setorial de Apoio à Juventude, as secretarias especializada da Mulher e de Defesa das Minorias serão controladas pelo novo gestor de Articulação Colegiada, Pedro Alves, que assumiu o cargo ontem. |OR