Política
Servidores ansiosos pelos precat�rios

| FÁTIMA ALMEIDA Repórter A grande procura de servidores públicos estaduais por informações sobre os precatórios mudou a rotina no escritório do advogado José Lins, no Farol, um dos encarregados pela negociação dos títulos. Diariamente, uma peregrinação se forma desde as primeiras horas da manhã, à porta do escritório. Para reduzir os transtornos foi adotado um sistema de distribuição de fichas, mas o atendimento demora até 15 dias. Ontem pela manhã, estavam sendo entregues fichas para o dia 1º de novembro. O escritório não faz previsão para pagamento. Estamos negociando com algumas empresas e acreditamos que até o final do ano saia alguma coisa. Percebemos um interesse maior de empresários em negociar com os precatórios, diz o advogado José Lins. Ele anunciou que nesta quarta-feira estará recebendo a visita de representantes de um grupo empresarial de São Paulo que pretende se instalar em Alagoas e acenou com a possibilidade de negociar com os precatórios. O nome do grupo e os valores que podem ser negociados são mantidos em sigilo. Mesmo com essa imprecisão, as pessoas não arredam pé. Elas querem confirmar se o seu nome está na relação e quanto têm a receber. Asclépio Albuquerque conseguiu ser atendido ontem e saiu sem revelar os valores. Maria Lúcia Santos, servidora da Saúde, mora em Mata Grande, mas desde a semana passada está hospedada na casa de parentes, em Maceió. Já foi três vezes ao escritório, mas só conseguiu uma ficha para o próximo mês. Segundo o advogado Eraldo Bulhões, que atua com José Lins, cerca de 40% das pessoas que procuram o escritório nem estão no processo. ### R$ 40 milhões já pagos a 400 servidores Até ontem, segundo o advogado José Lins, cerca de 400 pessoas já receberam seus precatórios, totalizando cerca de R$ 40 milhões. Nessas negociações, entraram para o Estado cerca de R$ 60 milhões, referentes ao Ipaseal (contribuição previdenciária), Imposto de Renda e os 22% sobre o valor negociado. O advogado esclarece que o pagamento não depende mais do Estado, e sim da venda dos precatórios. O Estado já cumpriu a sua parte, cuidando da legislação. Agora, é ter um pouco mais de paciência. Já esteve mais longe, diz José Lins, lembrando que a questão dos precatórios já se arrasta há 17 anos. Ele garante que todos os critérios de prioridade estabelecidos são observados, entre os quais incluem-se os doentes graves (nos cadastros do escritório há cerca de 1.300 enfermos com documentação comprobatória) e aqueles que indicam compradores para os precatórios. Se a empresa chega aqui com um ofício comunicando quem as indicou para a negociação e fecha negócio, a prioridade no recebimento é de quem indicou, explica. No escritório de José Lins existem 40 volumes de processos, referentes a cerca de 23 mil servidores, à espera de compradores. A pedido das entidades, estão sendo organizadas listas com os cálculos, para que os servidores possam procurar essas informações no seu sindicato ou associação. Isso evitaria que enfrentassem filas no escritório. Mas para tanto é preciso autorização do próprio servidor a sua entidade. |FA