Política
Lessa assume PDT alagoano por 6 meses

| ODILON RIOS Repórter O governador Ronaldo Lessa assume por seis meses a direção estadual do PDT alagoano. Neste período, a direção nacional da legenda poderá ou não elaborar uma calendário nos estados para as convenções do partido, programadas para o ano que vem. Se o calendário não sair, as direções nos estados têm o mandato renovado por mais seis meses, incluindo o do governador, foi o que informou ontem o deputado federal Severiano Alves (PDT-BA). Segundo ele, o governador foi nomeado para a presidência estadual do PDT há 15 dias, em reunião da Executiva Nacional, no Rio de Janeiro. A data da ata é de mais ou menos 15 dias atrás. O Geraldo [Sampaio, agora ex-presidente do PDT] continua no partido, mas a presidência é de Ronaldo Lessa, reiterou o deputado federal. Lessa pode ficar mais seis meses porque, por enquanto, está suspenso o calendário do partido, afirmou o deputado. Severiano Alves justificou que o governador assumiu a presidência regional pedetista porque o partido entende que tem de haver mudança. O governador tem história na esquerda brasileira, tem convicção ideológica. Acho que o governador deveria ter destaque, analisou Alves, elogiando Sampaio, ao mesmo tempo apontando: Mas o partido precisa de um novo impulso e Lessa vai dar esse novo impulso ao PDT, afirmou. Foi mais um acordo. Decidimos que deveríamos prestigiar o governador, completou o deputado, negando uma possível discórdia entre Lessa e Sampaio ou ainda pressões do governador para assumir a direção estadual do PDT. Viagem Até ontem, Lessa estava viajando. Ele poderá retornar terça-feira ao Estado. O governador em exercício, Luis Abílio (PDT) disse, no começo da semana, que o governador teria viajado e estaria no eixo Rio-Brasília. Segundo Abílio, Lessa visitaria a filha e trataria de assuntos do PDT. Outras informações, porém, segundo apuração da Gazeta, davam conta de consultas a médicos, mas nada confirmado pela Secom. ### Doença teria apressado transferência A transmissão do cargo de presidente estadual do PDT, de Geraldo Sampaio para o governador Ronaldo Lessa, tem como pano de fundo o estado de saúde do agora ex-presidente estadual do partido. Há seis meses, Sampaio teve uma infecção no fígado, provocada por esquistossomose. Ele foi hospitalizado em São Paulo para tratamento de saúde, porém, desde que retornou ao Estado, a família evita contatos de Sampaio com a imprensa. Uma nota do ex-presidente, publicada há três semanas, aponta que Sampaio estaria afastado das questões políticas nos próximos meses, mas não falava em abrir mão da presidência estadual do PDT. Expunha-se também o estado de saúde da mãe de Sampaio, que tem quase 100 anos de idade. Geraldo Sampaio foi vice -governador de Alagoas no primeiro mandato do governador Ronaldo Lessa (1999-2002). Porém, o cargo não lhe rendeu prestígio e ficava claro à imprensa um clima de permanente atrito entre o vice e o governador. Em 2002, Sampaio voltou ao cenário político, desta vez como candidato ao governo estadual. Prometia, entre outras coisas, receber os alagoanos no Palácio todas as segundas-feiras pela manhã. Perdeu a eleição. Em 2004, depois de um acordo com o deputado federal João Lyra (PTB), elegeu-se prefeito de Maceió o deputado Cícero Almeida, então no PDT. Sampaio teve desentendimento com Almeida por causa de cargos na Prefeitura e acabou se reaproximando do antigo rival, Ronaldo Lessa, que saiu do PSB e entrou no PDT em fevereiro. As conversações sobre a passagem de cargo de Sampaio a Lessa incluíram um almoço em um restaurante de luxo na orla da capital e um desentendimento por causa de um prefeito chamado por Sampaio para entrar no PDT, mas que teria enfurecido Lessa. O prefeito foi para outro partido. |OR