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Nº 5759
Política

Lessa pede pressa na sa�da de Beira-Mar

| ODILON RIOS Repórter A estada do traficante carioca Fernandinho Beira-Mar em Alagoas pode estar com os dias contados. O governador Ronaldo Lessa (PDT) entrou em contato ontem com o Ministério da Justiça pedindo pressa para a transferência do traficant

Por | Edição do dia 24/12/2005 - Matéria atualizada em 24/12/2005 às 00h00

| ODILON RIOS Repórter A estada do traficante carioca Fernandinho Beira-Mar em Alagoas pode estar com os dias contados. O governador Ronaldo Lessa (PDT) entrou em contato ontem com o Ministério da Justiça pedindo pressa para a transferência do traficante. A informação foi dada pelo governador, durante encontro ontem no Palácio Floriano Peixoto, com o prefeito Cícero Almeida (PTB). Segundo Lessa, foi solicitado ontem mesmo reforço na sede da Polícia Federal, onde está o traficante. Não foram divulgados números. A decisão do governador saiu um dia depois que o Conselho de Justiça e Segurança Pública decidiu, por unanimidade, solicitar ao governo providências para a transferência de Beira-Mar. “O Conselho de Segurança Pública quer que ele saia daqui. Não nos sentimos seguros. Aliás, pela própria história de que a Polícia Federal me pediu ajuda, é uma prova de que não é bom”, argumentou Lessa. “Eu estava com problemas na área de segurança. Mas eu vou dar apoio à PF. Pior é se houver um incidente com esse cidadão aqui dentro de Alagoas. Falei com o Paschoal [Savastano, secretário de Defesa Social], com o [Rogério] Cota [superintendente da PF]. Agora quero que o presidente Lula tire esse cidadão daqui, porque efetivamente não é o desejo dos alagoanos”. preocupação O reforço citado por Lessa acontece logo depois que toda a cúpula da PF alagoana entrou de férias. Tanto a ausência da cúpula quanto o tempo de permanência de Beira-Mar na carceragem da PF vêm gerando preocupação entre os policiais federais, segundo apurou a Gazeta. Dados levantados pela reportagem dão conta que, em abril de 2003, quando o traficante foi transferido pela primeira vez para o Estado, havia reforço de homens do Bope, a Rua Walter Ananias foi fechada, com trânsito controlado pela Polícia Militar, além de homens do Tigre e reforço nas laterais do prédio. Atualmente, segundo foi apurado, há bem menos segurança e a vulnerabilidade da sede da PF é na parte de trás do prédio. De acordo com especialistas, seriam necessários, no mínimo, 50 policiais para reforçar a sede da PF, no bairro de Jaraguá. ### Governador e prefeito em clima natalino Depois das brigas e troca de acusações na imprensa, aconteceu ontem o encontro do governador Ronaldo Lessa (PDT) e o prefeito Cícero Almeida (PTB), “em clima de confraternização natalina”, como ambos diziam. Brincando, diziam que a imprensa era a culpada “por dividir” o prefeito e governador. No discurso, o prefeito negou a existência de “turbulência”, como chamou, na equipe de secretários e negou também que eles ameaçaram demissão em conjunto, como foi noticiado pela imprensa ontem. Porém, o secretário de Indústria, Comércio e Agricultura, Rafael Tenório, em entrevista a uma rádio local, pela manhã, dizia que havia uma carta, assinada coletivamente pelos secretários, entregue ao prefeito. “Isso é normal. Eu disse que temos que colocar o nosso cargo à disposição ao prefeito”, explicou. Depois, na rádio, disse que continuava secretário. Um dia antes, Tenório conversou com a Gazeta e não informou sobre a existência da suposta carta, mas de uma reunião com o prefeito. Ele tratava o assunto como “especulação”. Briga e casas Já o governador abraçou Almeida duas vezes e disse: “Agora não vamos brigar”. O prefeito pediu ajuda a Lessa para agilizar a transferência de terrenos pertencentes ao Estado para a construção de casas populares. Lessa concordou. “O próximo passo serão as áreas que tenho que passar para ele”, disse Lessa. “Ele tem duas mil casas, tem o dinheiro para fazer essas casas, a possibilidade é de doar esses terrenos para construir essas casas”. Depois, elogiou Almeida: “Ele sempre foi uma pessoa cordial. E agora, como ele é prefeito de Maceió, desta cidade, tenho que deixar as diferenças que tenho com o partido dele para segundo plano”. Ginásio O encontro aconteceu porque foi assinado um termo de cessão do ginásio do extinto Colégio Estadual, no Centro, para a prefeitura construir o Restaurante Popular. O restaurante funcionará a partir de abril e servirá almoço a R$ 1,00 e jantar (sopa) a R$ 0,50. Inicialmente, serão dois mil almoços e mil jantares. Os preços serão baixos porque haverá subsídio do Estado e do município. O prefeito falou em construir mais restaurantes. |OR ### Deputado quer mais dinheiro na segurança O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa, deputado estadual Marcos Ferreira (PMN), disse ontem que pediu reforço no orçamento para a área de segurança pública no Estado. Segundo ele, o reforço será entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões. O dinheiro, informou o deputado, virá de remanejamento de recursos de outras secretarias, mas não citou quais. “Vamos priorizar esta área. Temos que fazer esse reforço no orçamento”, defendeu. Reforço Com a reunião do Conselho de Justiça e Segurança Pública, que aconteceu há dois dias, o governo pretende, no ano que vem, aumentar o orçamento da área de segurança pública. O motivo foi a crise do sistema prisional, que culminou na queda de diretores dos presídios e na saída do então secretário de Ressocialização, Valter Gama. O estopim da crise foi o assassinato, dentro do presídio, do fazendeiro Fernando Fidélis, em outubro. |OR

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