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Nº 5759
Política

Aterro sanit�rio vira problema pol�tico

| PETRÔNIO VIANA Repórter A conturbada audiência pública realizada na última sexta-feira para discutir a instalação do aterro sanitário de Maceió foi uma amostra do que serão os próximos debates sobre o tema. Neste primeiro encontro, foi apresentado o r

Por | Edição do dia 08/01/2006 - Matéria atualizada em 08/01/2006 às 00h00

| PETRÔNIO VIANA Repórter A conturbada audiência pública realizada na última sexta-feira para discutir a instalação do aterro sanitário de Maceió foi uma amostra do que serão os próximos debates sobre o tema. Neste primeiro encontro, foi apresentado o resultado do estudo feito por uma empresa privada sobre os possíveis locais onde o aterro poderá ser construído. Um primeiro estudo, feito pela Universidade Federal de Alagoas, ainda na gestão passada da administração municipal, apontava 11 locais em condições de receber o aterro, sendo sete nas imediações do conjunto habitacional Benedito Bentes. Havia ainda a possibilidade de um convênio entre diversas prefeituras municipais para instalar o aterro no tabuleiro de Marechal Deodoro. A administração do município, no entanto, fez oposição à proposta, chegando a aprovar uma lei impedindo que a idéia fosse levada adiante. O estudo mais recente resumiu as possibilidades em três locais, ainda levando em consideração o município de Marechal Deodoro. As outras duas áreas são localizadas nos arredores do Benedito Bentes. Na semana passada, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente declarou que não haveria mais a possibilidade o aterro ser construído em Marechal e que “a única certeza é que o aterro vai ficar em Maceió”. Essa confirmação causou revolta nos moradores do Benedito Bentes, que acreditam que a obra poderá trazer prejuízos ambientais e estruturais ao conjunto habitacional. Entre os problemas apontados pelos moradores, está a proximidade de uma das áreas, de 62 hectares, do manancial do Rio Pratagy. O rio é usado pela Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento de Alagoas (Casal) no fornecimento de água a diversos bairros de Maceió. A segunda área, de acordo com os moradores do Benedito Bentes, fica a apenas oito quilômetros do Aeroporto Zumbi dos Palmares. Nesse caso, o problema seria o acesso à localidade, feito por uma única via que, na opinião dos moradores, não teria condições de suportar o fluxo dos veículos que recolhem o lixo na capital. A prefeitura municipal trava agora uma “queda-de-braço” com os moradores do conjunto, que realizaram, na última quinta-feira, na Via Expressa, um protesto contra a instalação do substituto do lixão de Mangabeiras em uma área próxima à localidade. ### Lixão de Mangabeiras tem que acabar até dezembro Na opinião do vereador Judson Cabral (PT), que acompanhou a audiência pública da última sexta-feira sobre a instalação do aterro sanitário de Maceió, o prefeito Cícero Almeida (PTB) terá agora que tomar uma “decisão política” sobre a questão. De acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta firmado pela prefeitura com o Ministério Público Federal (MPF) em agosto passado, o município tem até o mês de dezembro deste ano para desativar o lixão de Mangabeiras e colocar em funcionamento o aterro sanitário. “Já foi feita a avaliação técnica, já foi visto o impacto ambiental. Agora é preciso ver a questão econômica, o custo-benefício da instalação”, avaliou Judson Cabral. De acordo com o vereador, os moradores do Benedito Bentes, que se opõem à instalação do aterro nas proximidades do conjunto habitacional, precisam de mais informações sobre o assunto. “O aterro sanitário não é um lixão, é uma obra de engenharia. É preciso informar, debater a questão. Ainda existem questões que precisam ser esclarecidas”, observa o vereador. Judson concorda com os moradores do Benedito Bentes em alguns pontos, mas acredita que o aterro sanitário deve ser instalado. “O estudo aponta a área 9 como prioritária para a instalação, como mais propícia, mas ali é um centro de massas muito grande, é uma área de expansão urbana, apesar de ser o lugar mais próximo, com melhor acesso”, disse. Prazo O vereador Judson Cabral avalia que a discussão sobre o local onde o aterro será instalado deveria ter acontecido há muito tempo, antes que o prazo dado pelo Ministério Público Federal estivesse perto de se esgotar. De qualquer maneira, o vereador acredita que em cerca de trinta dias o prefeito Cícero Almeida deverá tomar uma decisão e iniciar a construção do aterro. “O prazo dado pelo Ministério Público deve ser cumprido. Essa discussão já poderia ter sido feita há mais tempo, mesmo porque o Termo de Ajuste de Conduta foi firmado no ano passado”, criticou Judson. Cabral não quis comentar se acredita que os moradores do Benedito Bentes estão sendo manipulados politicamente para se mobilizarem contra a instalação do aterro, como sugeriu Cícero Almeida na semana passada. Durante uma entrevista em uma rádio local, Almeida acusou o prefeito comunitário do Benedito Bentes, Silvânio Barbosa, de ter ameaçado cortar a distribuição de leite para a comunidade e de estar buscando um cargo na administração municipal. Barbosa reagiu dizendo que não poderia assumir cargos públicos porque exercerá a função de conselheiro tutelar em 2006. O próximo debate sobre a instalação do aterro sanitário deverá acontecer ainda nesta semana ou, no máximo, na semana que vem. Neste segundo encontro já deverá ser debatido o plano de execução do projeto. |PV

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