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Nº 5814
Política

Para tucanos, futuro depende de Renan

| ODILON RIOS Repórter O futuro dos tucanos em Alagoas está nas mãos do peemedebista Renan Calheiros, que ainda mantém em suspenso a decisão sobre sua candidatutra ou não ao governo estadual este ano. O PSDB está com relações cortadas com o Palácio Fl

Por | Edição do dia 08/01/2006 - Matéria atualizada em 08/01/2006 às 00h00

| ODILON RIOS Repórter O futuro dos tucanos em Alagoas está nas mãos do peemedebista Renan Calheiros, que ainda mantém em suspenso a decisão sobre sua candidatutra ou não ao governo estadual este ano. O PSDB está com relações cortadas com o Palácio Floriano Peixoto desde janeiro do ano passado, quando o governador Ronaldo Lessa (PDT) demitiu o então secretário de Saúde, Álvaro Machado, indicado pela sigla. Mas os tucanos não recusam conversas com o governador. “Foi difícil, nos deixou um trauma por causa do modo como foi feita a demissão”, diz à Gazeta o presidente estadual do PSDB, Alexandre Toledo, ex-prefeito de Penedo. Os tucanos saíram do governo porque souberam da demissão de Machado pela imprensa. Idéia A idéia do partido é lançar o senador Teotônio Vilela Filho ao governo, caso Renan não aceite concorrer – e Téo diz que quer. A ex-prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, pode ser a vice de Téo ou de Renan, ou ainda candidata ao Senado, enfrentando o governador Ronaldo Lessa, também candidato à única vaga. Álvaro Machado pode sair candidato a deputado federal. O empresário João Tenório, diz Toledo, não é candidato. “Isso é o que ele fala. Ele não se manifesta como candidato”. Porém, as críticas a Lessa existem. “Há várias visões no PSDB. A minha: acho que o governo Lessa deve ter uma máquina administrativa menor, com mais desenvolvimento. Outras pessoas no partido acham que não, só que os números mostram que Alagoas precisa de um governo diferente. O Estado não deveria ficar a reboque de Brasília”, conta o presidente do PSDB. Dificuldades de aliança dos tucanos, atualmente apenas com o PT, por causa da conjuntura nacional, lembra Toledo. Opostos PT e PSDB estão em lados opostos na política nacional. Os petistas devem lançar a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os tucanos se dividem entre os nomes de José Serra (prefeito de São Paulo), Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) e Aécio Neves (governador de Minas Gerais). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nega candidatura, mas ninguém mais no PSDB, diz Toledo, pode afirmar que ele não será. Dos outros três tucanos, os nomes que mais se sobressaem nas pesquisas são os de Serra e Alckmin. O prefeito de São Paulo, que disputou com Lula em 2002 a Presidência da República, é o melhor nome do PSDB colocado nas pesquisas. O carro-chefe do PSDB, diz Toledo, são os programas sociais do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. ### Consultores fazem estudo sobre Alagoas O trabalho de consultores para levantar as condições de viabilidade para governar o Estado vem sendo feito pelo PSDB, mas os resultados dos estudos ainda não foram apresentados. Alguns levantamentos preliminares apontam para áreas consideradas “deficitárias”, de acordo com o presidente estadual do partido, Alexandre Toledo: segurança pública, saneamento básico, ajustes para não comprometer a receita e a diminuição da máquina administrativa, de mais de quarenta secretarias para vinte, como em São Paulo. “Com menos da metade de secretarias que Alagoas, São Paulo é tocado com tranqüilidade”, argumentou o tucano. Apesar do discurso para o governo, pelo menos o presidente do PSDB acredita que o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB), não disputará o governo. “É discutível. O senador ocupa o cenário nacional. Não sei se seria o momento de ele se candidatar ao governo do Estado”, analisou Toledo. PTB O PTB pode não marchar com o PSDB para o governo estadual. “O deputado João Lyra diz que é candidato ao governo. Nós esperamos Renan. Se ele não sair, será Téo”. Apesar de Lyra dizer que sua candidatura é “irrevogável”, Toledo diz que o PSDB prefere não arriscar responder se a mesma coisa acontece com Téo: “Isso deve ser perguntado a ele”. Discussão no PMDB O PMDB pode lançar ou não candidato à Presidência da República. Em março, o partido pode realizar prévias. Mas uma ala defende o adiamento dessa consulta às bases. Na última quinta-feira, em Maceió, o senador Renan Calheiros foi lançado, em tom discreto, ao governo pelo ministro da Saúde, Saraiva Felipe, que estava no Estado e participou de um almoço com prefeitos. Amadurecimento Saraiva Felipe defendeu um “amadurecimento” das discussões no partido e que a legenda apóie o presidente Lula como candidato a reeleição. No PMDB, essa discussão não é consenso. “Renan é o mais mineiro dos políticos alagoanos”, disse Felipe. “Consegui jantar com ele, falar de política por três horas e saí mais confuso em relação ao futuro dele. Mas o partido acolhe o caminho e o espaço que ele pleitear e desejar”. O senador, ao lado, só sorriu e não respondeu sobre seu futuro político. |OR

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