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Nº 5759
Política

Fontan reclama de assessor do prefeito

| ODILON RIOS Repórter Em mais um capítulo do acirrado conflito político instalado entre a Câmara Municipal e a Prefeitura de Maceió, o presidente da Câmara, vereador Arnaldo Fontan (PFL), voltou ontem a criticar o assessor especial do prefeito Cícero A

Por | Edição do dia 10/01/2006 - Matéria atualizada em 10/01/2006 às 00h00

| ODILON RIOS Repórter Em mais um capítulo do acirrado conflito político instalado entre a Câmara Municipal e a Prefeitura de Maceió, o presidente da Câmara, vereador Arnaldo Fontan (PFL), voltou ontem a criticar o assessor especial do prefeito Cícero Almeida (PTB), Elionaldo Magalhães, dizendo que ele precisa ser retirado da administração do município. Ao conversar com a Gazeta, Fontan evitou utilizar os termos “exoneração” ou “saída” de Magalhães. Defendendo o prefeito, Fontan disse que ele assinou “sem ver” o decreto-lei número 6.613, de 3 de janeiro, publicado semana passada no Diário Oficial do Município (DOM). Pelo decreto, altera-se a estrutura da Secretaria de Planejamento instituindo uma comissão, com poder de centralização de informações e de decidir qual o destino a ser tomado pelas verbas do Orçamento Municipal. A Gazeta publicou as informações no último domingo, e registrou a desconfiança de vereadores de que a comissão fique nas mãos do assessor especial do prefeito, Elionaldo Magalhães. Ontem , por telefone, o presidente da Câmara disse que “os comentários” na prefeitura eram de que a comissão será mesmo comandada por Magalhães. “Ele vai presidir essa comissão. Isto é claro”, explicou Fontan. Ele repetiu que não havia conflito entre a Câmara e o prefeito, mas especificamente com o assessor especial de Almeida. “Esse decreto torna Elionaldo o todo-poderoso. Estou protegendo a administração do prefeito. Com a decisão tomada por nós na semana passada, estou protegendo o prefeito”, analisou o presidente. Para Fontan, Elionaldo deveria se afastar da administração do município “e com margem de segurança, para que não retorne mais. Da outra vez, ele foi retirado da Secretaria de Planejamento, mas agora está voltando com mais força. As células cancerígenas não devem se espalhar”, atacou. A “decisão” a que se referiu o presidente da Câmara foi a derrubada, pelo plenário, de 16 vetos do prefeito, em sessão extraordinária na Câmara, na última sexta-feira, por unanimidade, piorando ainda mais as relações políticas entre a bancada governista e o prefeito. Magalhães foi secretário de Planejamento até agosto do ano passado e saiu do cargo depois de desentendimentos com a bancada governista. A Gazeta apurou que, mesmo fora da função, na prática, o ex-secretário é quem decide os rumos da Secretaria de Planejamento, com dois gabinetes: um na própria Secretaria e outro em uma sala vizinha à do prefeito. ### Plano Diretor é o novo foco de tensão Os ânimos entre a prefeitura e a Câmara vêm piorando. Na terça-feira passada, num almoço de confraternização do PFL, em Barra Nova, havia políticos do PTB, como o deputado João Lyra. O prefeito Cícero Almeida (PTB) foi convidado e não apareceu. A Gazeta apurou que a ausência do prefeito foi por causa da presença de Arnaldo Fontan. Plano DIRETOR Depois da derrubada dos vetos do prefeito, na sexta-feira (6), a tensão entre Câmara e prefeitura poderá piorar nos próximos dias, segundo informações colhidas pela Gazeta. O prefeito, depois que retornar de Juazeiro do Norte, no Ceará, já estaria pronto para vetar as seis emendas da Câmara ao Plano Diretor. Os vereadores já estariam previamente sabendo da decisão de Almeida e prontos para convocar nova sessão extraordinária para derrubar os vetos do prefeito, caso isso aconteça. O argumento é que os vetos seriam inconstitucionais. Emendas As emendas ao Plano Diretor foram aprovadas pela bancada governista. A prefeitura alega que, se forem aprovadas, poderão inviabilizar, por exemplo, a expansão imobiliária de bairros como Ipioca. Detalhes técnicos estariam conflitando com a proposta original do Plano, aprovada no ano passado pela Câmara. Ao ser perguntado sobre a possibilidade dos vetos, Fontan não confirmou nem desconfirmou. “Se ele vetar, vamos estudar. Se for necessidade do município, convocamos uma nova sessão”. Logo após a derrubada dos vetos, na sexta-feira, por volta das 18h30, o secretário geral do gabinete do prefeito, Max Trindade, entrou em contato com o vereador Alan Balbino (Prona). Objetivo: convencer Fontan a conversar com o prefeito ainda esta semana. “Neste fim de semana refletimos melhor e percebemos que Fontan e o prefeito, pela longa amizade que têm, devem conversar e descobrir onde estão as falhas”, disse Balbino. O presidente da Câmara disse ontem que só conversaria com o prefeito “se fosse chamado”. “E só irei se eu quiser”, arrematou. |OR

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