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Nº 5759
Política

Lira pede absolvi��o de Pedro Corr�a

| PETRÔNIO VIANA Repórter O coordenador da bancada alagoana na Câmara Federal, deputado Benedito de Lira (PP), dará seu voto em separado, no Conselho de Ética da Casa, pedindo a absolvição do presidente nacional do PP, deputado Pedro Corrêa (PP-PE). O r

Por | Edição do dia 31/01/2006 - Matéria atualizada em 31/01/2006 às 00h00

| PETRÔNIO VIANA Repórter O coordenador da bancada alagoana na Câmara Federal, deputado Benedito de Lira (PP), dará seu voto em separado, no Conselho de Ética da Casa, pedindo a absolvição do presidente nacional do PP, deputado Pedro Corrêa (PP-PE). O relatório deverá ser votado na tarde de hoje. Na semana passada, quando o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), relator do processo contra Corrêa, recomendou a cassação do parlamentar, Lira pediu vistas do processo que incrimina o presidente de seu partido, provocando o adiamento da votação. O deputado Pedro Corrêa é acusado de ser destinatário de R$ 4,1 milhões do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério. O pepista alega ter recebido R$ 700 mil, segundo ele, doados pelo PT para pagar o advogado Paulo Goyaz, que defende o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em diversos processos por compra de votos. Na opinião de Benedito de Lira, o Conselho de Ética deve aprovar o relatório que pede a cassação. “Ele [Corrêa] deverá ter uns três ou quatro quatro votos favoráveis e uns nove ou dez pela cassação. O clima no Conselho está complicado, e eu percebo que a indicação do relator está muito forte”, avaliou Lira. O deputado tentará conseguir que seja aplicada uma “pena alternativa” para o presidente do PP. “O relatório, apesar de dizer que Pedro Corrêa não teve envolvimento com a formação de caixa dois nem foi buscar dinheiro do ‘valerioduto’, alega que as relações entre o PT e o PP foram esdrúxulas. Ele autorizou o José Janene [PP, deputado que também responde a processo por quebra de decoro] a encontrar uma forma de pagar o advogado do Ronivon Santiago e a forma que o Janene encontrou foi essa, com o PT”, defendeu Lira. De acordo com o deputado, o relatório do deputado Carlos Sampaio pede a perda do mandato por considerar que houve uma “relação espúria” entre os dois partidos. Para seu pedido de vistas do processo, Lira argumentou que “em alguns casos, a leitura do relatório e do voto do relator, além das informações do dia-a-dia, não deixam dúvidas, mas em outros é necessária uma análise mais precisa do processo”. “Só tomei conhecimento do relatório na hora da leitura”, explicou. Benedito de Lira criticou a codução dos trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) do Mensalão – que já encerrou seus trabalhos –, dos Correios e dos Bingos, que investigam as denúncias de corrupção do Congresso Nacional, de não levarem em consideração as diferenças entre os casos analisados. “As CPIs não tiveram o cuidado de identificar quais os crimes que foram cometidos e quem cometeu cada um deles”, argumentou o deputado. ### Alagoano pediu absolvição de Mabel O deputado Benedito de Lira foi o relator do processo do Conselho de Ética contra o deputado Sandro Mabel (PL-GO), votado no início do mês de novembro do ano passado. O parecer de Lira, acatado por unanimidade pelo Conselho, foi pelo arquivamento do processo. O plenário da Câmara inocentou o deputado das acusações por 340 votos contra 108. Em seus argumentos, Lira considerou que não havia provas contra o parlamentar goiano. Mabel era acusado de ser o responsável pela distribuição dos recursos do mensalão entre os integrantes do PL, além de ter oferecido R$ 1 milhão de “luvas” e mais R$ 30 mil mensais para que a deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) fosse para o PL. “Não estou dizendo que ele é inocente. Apenas peço o arquivamento por falta de provas. Não digo que a deputada Raquel Teixeira mentiu; digo apenas que provas não foram apresentadas”, justificou Lira na época. Pressões O deputado atribui o clima de “caça às bruxas” que tem vivido o Congresso Nacional à pressão que vem sendo exercida pela imprensa nacional sobre os membros do Conselho de Ética da Câmara Federal e das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que investigam as denúncias de formação de caixa 2 em campanhas eleitorais e de distribuição de dinheiro às vesperas de votações importantes para o governo federal. Além disso, Lira também critica a mídia por não ter destacado a absolvição de Sandro Mabel na votação do plenário da Câmara. “A votação no Conselho de Ética foi unânime e ele [Mabel] foi absolvido no plenário. A imprensa não deu uma nota sobre isso. É um absurdo”, reclamou o deputado. |PV ### Alagoano defende Roberto Brant Benedito de Lira defendeu ainda o deputado Roberto Brant (PFL-MG), acusado de ter recebido R$ 102 mil do “valerioduto”, além de formação de caixa dois. A votação do parecer do relator do processo contra Brant, deputado Nelson Trad (PMDB-MT), chegou a ser adiada por duas vezes mas, na semana passada, com o voto de desempate do presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), o relatório foi aprovado, pedindo a cassação. A votação do relatório contra Roberto Brant ficou empatada em 7 votos até que Ricardo Izar desse o voto de Minerva. De acordo com Benedito de Lira, “não existe motivo para Brant ser cassado”. “Brant não cometeu quebra de decoro. Ele recebeu dinheiro da Usiminas para pagar um programa de seu partido em Minas Gerais. Isso é uma denúncia que surgiu agora, mas estão colocando no mesmo pacote. Vamos ver o resultado no plenário”, declarou Lira. “PRESSÃO DA mídia” Para o parlamentar alagoano, as recomendações de cassação feitas pelos relatores nos processos que chegam ao Conselho de Ética estão sofrendo influência “da pressão da mídia, que distorce os fatos”. “No caso do Brant, houve um erro de interpretação. O presidente do Conselho só votou pela cassação para prestigiar o relator. Não existem elementos suficientes, provas; foi só em solidariedade ao relator”, criticou novamente o deputado. O deputado Benedito de Lira lembrou que não votou somente pela absolvição dos acusados de quebra de decoro parlamentar e envolvimento com o “valerioduto”. “Votei pela cassação do Roberto Jefferson (PTB-RJ), do José Dirceu (PT-SP) e do Romeu Queiroz (PTB-MG). Nem todo deputado que vai para o Conselho de Ética merece ser cassado. Isso está virando uma febre. É preciso analisar as provas e os motivos e ter coragem para tomar uma decisão”, ponderou. Ainda nesta semana, o Conselho de Ética deverá julgar o relatório do processo contra o deputado José Mentor (PT-SP). O petista é acusado de ter recebido R$ 120 mil do caixa 2 do PT por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Mentor afirmou que a quantia se refere a pagamento por serviços prestados por seu escritório de advocacia a Rogério Tolentino, sócio de Valério. |PV

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