Comando abre sindic�ncia contra oficial
| GILVAN FERREIRA Repórter O comandante da Polícia Militar de Alagoas, coronel Acírio do Nascimento, determinou a abertura de uma sindicância para apurar o possível envolvimento do ex-subcomandante da PM, coronel Kleberon Melo, no vazamento de informa
Por | Edição do dia 18/02/2006 - Matéria atualizada em 18/02/2006 às 00h00
| GILVAN FERREIRA Repórter O comandante da Polícia Militar de Alagoas, coronel Acírio do Nascimento, determinou a abertura de uma sindicância para apurar o possível envolvimento do ex-subcomandante da PM, coronel Kleberon Melo, no vazamento de informações sobre as prisões do sargento Raimundo Medeiros e do assessor parlamentar Henrique Oliveira, acusados de envolvimento em mais de 30 homicídios e de uma série de assaltos em Alagoas. As prisões do sargento Medeiros e do assessor parlamentar Henrique foram decretadas pelos seis juízes do Núcleo de Combate ao Crime Organizado (NCCO). Ontem, a Gazeta mostrou que houve negligência no cumprimento dos mandados de prisão. Os documentos que a Gazeta teve acesso mostraram que mesmo com a prisão decretada, o sargento Medeiros foi levado ao hospital de Maceió, no Farol, seis dias depois de ter a prisão decretada, para receber atendimento médico. Depois da consulta médica, o sargento Medeiros recebeu uma licença médica de 120 dias, que foi acatada pelo então subcomandante da PM, coronel Kleberon Melo. O subdiretor-geral da Polícia Civil, delegado Roberto Lisboa, considerou que o coronel Kleberon Melo teria sido negligente no cumprimento da prisão do sargento Medeiros. Nós tomamos todas as medidas para apurar se houve da parte do tenente-coronel Kleberon Melo facilitação da fuga do sargento Medeiros ou se houve negligência no cumprimento do mandado de prisão, disse o comandante da PM, coronel Acírio Nascimento. LICENÇA MÉDICA CANCELADA Ontem, o comando da PM anunciou que deu um prazo de oito dias para que o sargento Medeiros se apresentasse ao comando da PM. Se não cumprir o novo prazo, Medeiros vai responder a processo militar por deserção. O comando da PM também revelou que a licença-médica do sargento Medeiros, autorizada pelo ex-subcomandante da PM, coronel Kleberon Melo, foi anulada por ser considerada ilegal. O sargento Medeiros não poderia receber licença médica sem passar por uma avaliação de um médico da Polícia Militar. O militar tinha até ontem para se apresentar para renovar a sua licença-médica. Como não compareceu, foi aberto um procedimento, uma parte de ausência, que pode causar uma série de punições ao sargento Medeiros, explicou a chefe de Comunicação Social da PM, tenente- coronel Cláudia. A Polícia Federal reforçou ontem as buscas ao sargento Medeiros e ao assessor parlamentar Henrique Oliveira. Os policiais federais fizeram buscas em vários locais, mas até o fechamento da edição, os federais não tinham informações sobre o paradeiro dos dois fugitivos. ESPOSA PRESA No início da noite de ontem, a Gazeta recebeu a informação que a esposa do assessor parlamentar Henrique Oliveira tinha sido detida e levada para a sede da Polícia Federal para prestar depoimento. Os policiais federais também recolheram documentos e um farto material nas residências do sargento Medeiros e do assessor parlamentar Henrique, que podem servir como prova das supostas ações criminosas do grupo. Representantes do Núcleo Integrado pela Efetividade da Justiça (Niej) agendaram para a próxima segunda-feira, às 17h, um encontro com o presidente do TJ, desembargador Estácio Gama, e os juízes do NCCO. O encontro deve contar com a presença do governador Luis Abílio (PDT) e o presidente da ALE, deputado Celso Luiz (PMN).