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Nº 5759
Política

Lula quer manter o PMDB em minist�rios

| AGÊNCIA ESTADO O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não alterar a composição partidária do governo na substituição de ministros que terá de fazer até 31 de março, último prazo para a saída dos que vão disputar algum cargo na eleição de outubr

Por | Edição do dia 26/02/2006 - Matéria atualizada em 26/02/2006 às 00h00

| AGÊNCIA ESTADO O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não alterar a composição partidária do governo na substituição de ministros que terá de fazer até 31 de março, último prazo para a saída dos que vão disputar algum cargo na eleição de outubro. Assim, ministérios hoje do PMDB, como os das Comunicações, de Minas e Energia e da Saúde, continuarão com o partido, mesmo que seus titulares se despeçam para buscar a sorte na eleição. Essa decisão do presidente Lula foi motivada pelo fim da verticalização, que obrigava as chapas nos estados a obedecerem a composição federal, conta um assessor do Palácio do Planalto. A coincidência das coligações foi derrubada pelo Congresso durante a convocação extraordinária. Com isso, mesmo que uma parte do PMDB atue de outro lado, uma outra deverá ficar ao lado do presidente Lula, como sempre acontece com o partido. Lula decidiu também não substituir os políticos por técnicos sem vínculo partidário. Se o cargo é de um político, para o lugar vai um político. A exceção - pelo menos por enquanto - é a Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos (ECT), pivô da maior crise política enfrentada pelo governo petista. Tradicional feudo de políticos, pelo menos enquanto durarem a CPI dos Correios e as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal sobre o valerioduto, os Correios continuarão nas mãos dos técnicos que substituíram a antiga diretoria, desabada depois das denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) a respeito da existência do mensalão. Renan O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), além do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), todos da ala governista, lutam para ratear a diretoria que virá, com nomes de pessoas a eles ligadas politicamente, em substituição à atual. Mas eles têm esbarrado na resistência do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que é do PMDB, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, que preferem manter no cargo de presidente o técnico Jânio Cezar Luiz Pohren. Dos atuais 35 auxiliares diretos do presidente Lula - ministros e secretários -, 7 entre 9 devem disputar algum cargo eletivo em outubro. O vice-presidente José Alencar (PRB), ministro da Defesa, já comunicou ao presidente Lula que quer sair até 31 de março. Se disse disposto a fazer novamente a dobradinha com o presidente, desde que isso lhe seja benéfico, claro. Caso contrário, Alencar aceita até ser candidato a deputado federal pelo PRB. Quem está envolvido numa engenharia difícil é o ministro Hélio Costa. Caso o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), não seja candidato à reeleição, e dispute, por exemplo, o mandato de senador, Costa tem a promessa de que dele terá o apoio. Mas Aécio está sendo bem avaliado pelos eleitores de Minas. Se aparecer como a terceira via dos tucanos para disputar a Presidência da República, Costa deverá ficar quieto no ministério, porque pretende marchar com o presidente Lula na eleição. O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, deverá ser substituído no cargo pelo ex-presidente do PT e ex-ministro da Educação Tarso Genro. Wagner ainda não tem a aprovação do presidente Lula, mas articula uma frente dos partidos de oposição na Bahia. ### Tarso Genro pode voltar ao governo Apesar de se mostrar satisfeito com a notícia de que irá retornar ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Educação, Tarso Genro, negou hoje que essa decisão seja algum tipo de compensação pela forma como encerrou sua participação na presidência do PT. Genro, que está sendo cotado para substituir o ministro Jacques Wagner na pasta de Relações Institucionais, alegou que o interesse do presidente tem como principal fator a satisfação com o trabalho que fez na época em que ocupava o ministério da Educação. “Para mim não se trata de compensação”, disse o ex-ministro. Genro deixou o ministério no meio do ano passado, a pedido do próprio Lula, para assumir a presidência do PT em meio às denúncias do mensalão. Diante da dificuldade de conciliar as diferentes correntes que integram a legenda, acabou desistindo de disputar a eleição interna da sigla, realizada em outubro. Na época, Genro exigiu que fossem retirados da chapa representada por ele os nomes de todos os envolvidos em denúncias de corrupção, entre eles o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu. A discussão em torno da composição da chapa do chamado Campo Majoritário deu origem a uma briga pública entre os dois petistas, que culminou na saída de Genro da direção da sigla. Desde então, a idéia de que o ex-ministro poderia retornar ao governo foi estudada em diversas ocasiões. Recentemente, seu nome foi cotado, por exemplo, para o Supremo Tribunal Federal. Apesar do episódio, Genro garante que não vê motivos para compensação. Segundo ele, tanto sua entrada na presidência do partido quanto sua saída foram resultado de suas próprias decisões. “Eu não fui candidato (na eleição interna) porque não quis”, disse Genro, lembrando que, na época, não encontrou dentro do PT os elementos necessários para viabilizar essa candidatura. IDÉIAS Entre as idéias defendidas por ele naquela época, estava também a criação de uma nova maioria dentro da sigla, que se distinguisse do grupo que comandou o PT nos últimos anos. O ex-ministro evitou confirmar se irá de fato ocupar a pasta de Relações Institucionais. “Eu prefiro não falar sobre isso, até porque o Jacques (Wagner) ainda é ministro”, emendou. “Senão pareceria que eu estou com as manguinhas muito longas”, brincou. Genro assegurou apenas que o presidente Lula já decidiu que seu destino não será o ministério da Educação, que segundo ele “está em ótimas mãos”. E acrescentou que aceitará a proposta, seja qual for a vaga oferecida. Genro já comunicou ao diretório do PT no Rio Grande do Sul, a pedido do próprio Lula, que não disputará nenhum cargo nas eleições de outubro, para retornar ao governo. |AE

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