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Nº 5759
Política

ALE decidir� sobre deputado indiciado

| GILVAN FERREIRA Repórter O impasse provocado pela decisão do deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) de não aceitar prestar depoimento ao delegado do 3º distrito da capital, Arnaldo Soares de Carvalho, que decidiu indiciá-lo como mandante do assassin

Por | Edição do dia 11/03/2006 - Matéria atualizada em 11/03/2006 às 00h00

| GILVAN FERREIRA Repórter O impasse provocado pela decisão do deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) de não aceitar prestar depoimento ao delegado do 3º distrito da capital, Arnaldo Soares de Carvalho, que decidiu indiciá-lo como mandante do assassinato do líder comunitário Edvaldo Guilherme da Silva, 47, o Baré-Cola, executado com 15 tiros de pistola no último dia 14 de janeiro, no Conjunto Joaquim Leão, deve ser resolvido na próxima segunda-feira pelo presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas (ALE), deputado Celso Luiz (PMN). Como tem foro privilegiado, o deputado Marcos Barbosa tem o direito de agendar o dia, local e horário para ser ouvido no inquérito policial que apura o assassinato de Baré-Cola. Na última quinta-feira, o deputado Marcos Barbosa se negou a prestar depoimento ao delegado Arnaldo Soares, já que o parlamentar tinha antecipado o seu depoimento, que estava marcado para ontem, às 9h, no seu gabinete na Assembléia Legislativa. Mas para evitar a imprensa e um protesto promovido pelos parentes do líder comunitário Baré-Cola, decidiu transferi-lo para o escritório do seu advogado, Marcos Uchoa. “Sem elementos” Segundo o advogado Marcos Uchoa, o delegado Arnaldo Soares não teria elementos para indiciar o deputado Marcos Barbosa, que estaria sendo vítima de uma “montagem” patrocinada pela advogada Mary Any Vieira, que cuida da defesa do assessor parlamentar Henrique Oliveira, que também foi indiciado como autor material da morte do líder comunitário Baré-Cola. “Há pessoas por trás disso tudo e a Polícia Civil tem que investigar. A advogada fez uma denúncia irresponsável baseada em ligações anônimas e isso não pode acontecer. O delegado quer é indiciar o deputado Marcos Barbosa por sua ligação de amizade com o policial Everaldo Verçosa (o policial foi reconhecido como um dos homens que disparou 15 tiros no líder comunitário Baré Cola). Até agora, nenhuma autoridade policial conseguiu trazer um inquérito aqui com motivos para o indiciamento”, rebateu Marcos Uchoa. “Condenação antecipada” O advogado Marcos Uchoa sugeriu que o deputado Marcos Barbosa estaria sendo “condenado” de forma antecipada pela polícia e pela população. “O que Polícia Civil está fazendo é um erro. A Secretaria de Defesa Social vilipendiou o nome do deputado Marcos Barbosa. Isto não pode ocorrer, pois da forma como a polícia está colocando, o deputado Marcos Barbosa já está sendo condenado pelo povo. E todo nós sabemos que, até que se prove o contrário, todos não inocentes. Uma pessoa só pode ser condenada quando é condenado na última estância, mas o deputado Marcos Barbosa está sendo condenado antecipadamente”, concluiu o advogado Marcos Uchoa. ### Presidente da ALE tende a negar pedido O delegado Arnaldo Soares de Carvalho confirmou que vai encaminhar, na próxima segunda-feira, um ofício ao presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas (ALE), Celso Luiz (PMN), pedindo que seja marcado o dia, a data e o local para que o deputado Marcos Barbosa possa ser ouvido no inquérito que apura o assassinato do líder comunitário Baré-Cola. A Gazeta apurou que o pedido do delegado Arnaldo Soares de Carvalho deve ser negado pelo presidente da ALE. Se essa tendência se confirmar, o delegado Arnaldo Carvalho vai encaminhar o processo à Justiça sem o depoimento do deputado Marcos Ferreira. Ontem, a assessoria do deputado Celso Luiz informou que ele só deve se pronunciar sobre o assunto na próxima segunda-feira, quando receber o ofício do delegado Arnaldo Soares de Carvalho. Motivação política O delegado Arnaldo Soares de Carvalho disse à defesa do deputado Marcos Barbosa que está tentando “mudar o foco” das investigações. Carvalho garantiu que a morte de Baré-Cola foi um crime político. “Não temos mais dúvidas que a morte do Baré-Cola foi um crime político. O deputado Marcos Barbosa será indiciado pela autoria intelectual do crime. Nós temos elementos que levam a isso, eu até respeito a posição do advogado do deputado, que está fazendo o trabalho dele. Ele está utilizando um contexto que lhe interessa, mas posso garantir que nós não nos baseamos somente no depoimento da advogada Mary Any Moraes. Temos outros elementos que apontam para a participação do deputado, inclusive provas testemunhais”, declarou Carvalho. Os parentes e amigos do líder comunitário Baré-Cola confirmaram ontem que farão um protesto na porta da Assembléia Legislativa na próxima terça. O grupo também pretende pedir ao deputado Celso Luiz que autorize o depoimento do deputado Marcos Barbosa. |GF

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