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Nº 5902
Política

Ab�lio tenta evitar demiss�o de Barenco

| GILVAN FERREIRA Repórter Apesar do interesse da cúpula da direção da Polícia Civil, o delegado de Rio Largo, Marcílio Barenco, deve continuar no cargo, pelo menos até concluir os inquéritos que apuram o envolvimento do vereador de Rio Largo, Júnior

Por | Edição do dia 17/03/2006 - Matéria atualizada em 17/03/2006 às 00h00

| GILVAN FERREIRA Repórter Apesar do interesse da cúpula da direção da Polícia Civil, o delegado de Rio Largo, Marcílio Barenco, deve continuar no cargo, pelo menos até concluir os inquéritos que apuram o envolvimento do vereador de Rio Largo, Júnior Pagão, em assaltos, seqüestros e homicídios. A Gazeta apurou que o vice-governador Luis Abilio, que assume definitivamente o cargo de governador no próximo dia 31, teria enviado um emissário para conversar com o delegado Marcílio Barenco. O emissário teria garantido que o vice-governador Luis Abílio não estaria disposto a aceitar o afastamento de Marcílio Barenco da Delegacia de Rio Largo por pressões políticas, que vêm acontecendo desde o início da investigação sobre as ações da quadrilha, supostamente liderada pelo vereador Júnior Pagão, que está foragido desde o dia 4 de janeiro deste ano. SDS DESCONHECE O secretário de Defesa Social, coronel Ronaldo dos Santos, que comanda o setor de segurança pública, disse à Gazeta desconhecer a tentativa de afastamento do delegado Barenco e as pressões para tirá-lo do cargo. “O delegado Barenco ainda não falou comigo sobre esse fato, mas amanhã (hoje) vou conversar com o secretário Robervaldo Davino para saber o que está acontecendo e tomar providências”, disse o coronel Ronaldo dos Santos. Hoje, o delegado Marcílio Barenco recebe um grupo de 30 delegados que vão prestar solidariedade e declarar apoio. O ato vai ser comandado pela direção da Associação dos Delegados de Alagoas (Adepol). PEDIU A cABEÇA Na última segunda-feira, o deputado estadual João Beltrão (PMN) foi a um programa policial de TV e pediu publicamente a “cabeça” do delegado Marcílio Barenco. Beltrão reclamou que a casa do vereador de Rio Largo, Toninho Lins (PSB), tinha sido invadida pelo delegado Marcílio Barenco, durante o cumprimento de um mandado judicial. Toninho Lins era suspeito de emprestar a sua residência para o esconderijo do vereador Júnior Pagão. Durante a operação, o delegado Barenco encontrou um colete à prova de bala em poder do vereador Toninho Lins, que garantiu que tinha recebido o colete, de propriedade da Polícia Civil, do diretor-geral Robervaldo Davino. “Sem medo de castigo” Barenco disse que não está preocupado em receber um “castigo” (transferência para uma delegacia no sertão de Alagoas) da direção-geral da Polícia Civil, mas prometeu continuar com a mesma postura independente e sem aceitar interferência política no seu trabalho. “Se a direção da Polícia Civil decidir me afastar da delegacia de Rio Largo vou acatar sem nenhum problema. Não considero ser transferido como um castigo, mas para onde eu for para esse Estado vou continuar fazendo o mesmo trabalho. Não vou perseguir ninguém e nem trabalhar de forma arbitrária, mas também não vou aceitar interferência de quem quer que seja. Se alguém está preocupado em defender ou beneficiar algum aliado político pode continuar preocupado, pois não vou fazer pacto para proteger quem cometeu algum crime”, observou Barenco. TRANSFERÊNCIA O delegado está preocupado, no entanto, com outras implicações em uma possível transferência. “Se perceber que querem com uma transferência colocar minha vida em risco, vou reagir e procurar os meus direitos”, disse. Segundo Marcílio Barenco, o vereador Toninho Lins terá que prestar depoimento sobre o colete à prova de bala encontrado em sua residência. O depoimento de Lins deve acontecer na próxima semana. “O vereador terá que explicar como conseguiu o colete da Secretaria de Defesa Social”.

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