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Nº 5759
Política

Frent�o vira quebra-cabe�a de partidos

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Por | Edição do dia 26/03/2006 - Matéria atualizada em 26/03/2006 às 00h00

PETRÔNIO VIANA ODILON RIOS Repórteres Se de um lado o palanque de Lula anda embolado em Alagoas, já no palanque do senador Téo Vilela, que, possivelmente, será anunciado amanhã como candidato do “frentão” ao governo estadual, a situação chega a ser dantesca. O PSDB, partido do senador, votará no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; o PMDB, do presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, vota em Lula; o PSB, com a proposta de ficar no mesmo palanque, segundo a presidente estadual do partido, Kátia Born, também vai ficar com Lula; o PDT de Lessa ainda não se definiu, mas deve sair com candidato próprio à Presidência. Proporcionais Kátia Born descarta o PTB nas proporcionais, para eleger deputados. Exclui o PFL, do vice-presidente da Câmara dos Deputados, José Thomaz Nonô, porque o partido tem candidatos “mais fortes”, como o deputado estadual Antônio Albuquerque. “Nacionalmente, PFL e PSDB estão juntos conosco. Mas o PFL é ruim para nós. Tem candidatos fortes. Descarto a proporcional com eles”. Para Kátia Born, o PSB, que está na base aliada do governo Lula, não terá candidato próprio à Presidência da República. Nacionalmente, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, se articula para sair a deputado federal. Chapa nacional Para complicar ainda mais o meio de campo político, o deputado federal José Thomaz Nonô não sabe ainda em quem vai votar para o governo do Estado. “Só voto para o governo do Estado no dia da eleição. A composição mais fácil é com o PTB, mas não se exclui conversa nem nada”, apontou. Nonô é cotado como um possível candidato a vice-presidente na chapa com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o que poderia aproximá-lo de Téo Vilela. A chapa foi fechada na última sexta-feira. O outro nome para vice cotado é o do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. “O PFL está aberto para conversar. O partido é democrático”. Para Nonô, o PDT e o PMDB não devem lançar nomes para a Presidência da República. Alianças brancas A formação, nas eleições deste ano, de “alianças brancas” nos estados, ou seja, acordos informais entre partidos, não alinhados nacionalmente, na opinião do deputado federal Benedito de Lira (PP), deverá ser a alternativa para os partidos políticos escaparem da norma que obriga a verticalização das coligações partidárias. Com isso, Lira avalia que as legendas não deverão sofrer tanto quanto se imaginava. “Falam muito que vai haver prejuízo para as composições, mas não haverá. Os partidos não serão obrigados a seguir, embaixo, os acordos fechados nacionalmente”, disse. O deputado aponta até a possibilidade de articulação de uma “aliança branca” entre os partidos que formam oposição ao governador Ronaldo Lessa que, em 2002, usou do mesmo artifício (aliança branca) para sua reeleição. ### Para Benedito de Lira, Nonô pode liderar frente anti-Lessa O líder do PFL em Alagoas, deputado federal José Thomaz Nonô, na opinião de Benedito de Lira, pode liderar uma possível aliança anti-Lessa, pois está mais próximo do deputado João Lyra (PTB), que comanda o grupo de oposição a Lessa e provavelmente será candidato ao governo. “O PFL no Estado não é obrigado a apoiar o PSDB, mesmo com essa coligação nacional com os tucanos. Mas, com isso, o PFL alagoano não poderá se coligar oficialmente com o PTB. Deve apoiar, mas com uma aliança branca. Conversei com o Nonô e ele deixou transparecer isso. O PTB não vai lançar candidato à Presidência e deve apoiar Lula sem uma coligação”, observa Lira. “O PP e o PTB não vão lançar candidatos e devem apoiar o candidato do PT, sem coligação”, acrescenta o deputado. Frente da esquerda O deputado aponta ainda a possibilidade de aliança branca no Estado envolvendo os partidos de esquerda. “O PT deve se aliar nacionalmente com o PSB e o PCdoB. Assim não tem alinhamento político no Estado”, avalia Lira. “Com a atual conjuntura, pode ser que aconteça outra aliança branca”, avança em sua análise Benedito de Lira. Mudança no jogo Ele observa que “o jogo mudou” com a manutenção da verticalização entre as coligações partidárias para as eleições deste ano, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado disse que a verticalização não causou surpresas. “Quando foi tomada a decisão de derrubar a verticalização, as pessoas começaram a lembrar da anualidade (norma que impede que as mudanças na legislação eleitoral entrem em vigor em um prazo menor do que um ano), eu fiquei tranqüilo porque, em 2002, o tribunal havia baixado a regra faltando oito meses para a eleição. Não fiquei surpreso, já imaginava que o STF fosse tomar essa decisão”, comentou Lira. Na avaliação do deputado, a verticalização não deverá interferir muito nos planos de seu partido. “O PP já havia decidido não lançar um candidato próprio para a Presidência da República e deixar livres as composições nos estados. |PV e OR ### PP na Prefeitura de Maceió vota no PTB O deputado Benedito de Lira (PP) parece decidido a virar “lulista” de carteirinha. “Em um primeiro momento, pretendemos apoiar a candidatura do presidente Lula, até porque temos que manter uma coerência, já que fazemos parte do governo. Por esse motivo, devemos marchar com o governo”, antecipa o parlamentar, que defende o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nível estadual, segundo Lira, o PP deverá apoiar a candidatura do deputado federal João Lyra (PTB) para o governo do Estado, também para “manter a coerência”. “O partido fez uma composição com o PTB para a eleição do prefeito Cícero Almeida [PTB] e participa da administração com uma secretaria. “Vamos trabalhar nessa direção, de apoio ao PTB”, justifica o deputado. Lira informou que, na noite desta segunda-feira, o diretório estadual do PP deverá se reunir para traçar o quadro político atual, levando em consideração a manutenção da verticalização das coligações partidárias. “Vamos reunir a direção estadual na segunda à noite para analisar os últimos acontecimentos, avaliar o quadro político e sentir as tendências do próprio diretório”, disse. Lira deverá se candidatar à reeleição. |PV e OR ### Verticalização atinge em cheio os pequenos partidos Ao se falar em verticalização, o deputado federal Rogério Teófilo (PPS) acredita que, pelo menos, vinte partidos vão deixar de existir no País, por causa da cláusula de barreira, medida que visa reduzir o número de partidos políticos, inviabilizando a representação parlamentar dos pequenos agrupamentos partidários, entre os quais aparecem legendas de aluguel, mas, também, legendas que expressam correntes ideológicas. Pelo menos cinco milhões de votos serão necessários a estes partidos, nas contas de Teófilo. Caso contrário, eles serão excluídos do cenário político nacional. “Quem for se coligar deverá pensar duas vezes. Com a cláusula de barreira, teremos que eleger o maior número de senadores e deputados federais possível”, acredita o parlamentar. Discussão O PPS, por exemplo, faz um congresso nacional neste fim de semana em Belo Horizonte para definir para qual lado o partido deverá marchar. O partido é coligado com o PTB em Maceió e possui um cargo estratégico no município: a Secretaria Municipal de Educação. A única e aparente certeza do deputado federal é: “Vamos ter coligações”. O PPS é da base do governo Lula e tinha a proposta, sustentada até semana passada, de lançar o presidente da legenda, deputado federal Roberto Freire à Presidência da República. PSB Outro partido que deverá lutar contra a extinção, via cláusula de barreira, é o PSB. A presidente estadual do partido, Kátia Born, que tenta uma vaga para a Câmara Federal, acredita que a a aliança entre PDT e PSB poderá ser sustentada no Estado, porque os dois partidos não vão lançar candidatos a presidente. O PSB espera as reuniões do “frentão” para discutir as chapas proporcionais, incluindo o PT, PCdoB e PV. E ainda prevê uma possível aliança branca entre PTB e PFL. |PV e OR

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