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Nº 5759
Política

Lessa deixa governo para tentar Senado

| PETRÔNIO VIANA Repórter O agora ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) declarou, na cerimônia de transmissão de cargo para o vice Luis Abílio de Sousa (PDT), ocorrida no início da noite de ontem, ter “a consciência tranqüila” e a sensação de “dever cumprid

Por | Edição do dia 01/04/2006 - Matéria atualizada em 01/04/2006 às 00h00

| PETRÔNIO VIANA Repórter O agora ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) declarou, na cerimônia de transmissão de cargo para o vice Luis Abílio de Sousa (PDT), ocorrida no início da noite de ontem, ter “a consciência tranqüila” e a sensação de “dever cumprido”. Na opinião de Lessa, entregar o cargo para Abílio é um fato “tranqüilizador”. A solenidade reuniu vários representantes da classe política do Estado, entre eles, prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, secretários e ex-secretários de governo e autoridades do Judiciário. Lessa teve que deixar o cargo para disputar a vaga no Senado Federal nas eleições deste ano, respeitando a Legislação Eleitoral, já que o prazo para descompatibilização de todos os pretensos candidatos terminou ontem. No entanto, o ex-governador ainda aguarda a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre sua candidatura. Lessa está inelegível, em conseqüência de uma decisão da corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas, que julgou que Lessa teria cometido crime eleitoral, pelo uso da máquina pública, na eleição de 2004. O TSE vai julgar o recurso da defesa do ex-governador que tenta anular a decisão. EM BOAS MÃOS O ex-governador destacou a “herança” que vai deixar para “o companheiro de luta” Luis Abílio. “Ele vai terminar o que não conseguiu fazer. Há muitos planos ainda, mas Alagoas está em boas mãos e vamos lutar para que sempre esteja”. Lessa assinalou que em seu governo houve erros, que devem ser refletidos por futuros governantes. “Mas só não erram aqueles que nada fazem. Podemos, mesmo com o erro, destacar que o PIB do nosso Estado dobrou, mesmo diante das críticas que não vieram indústrias para cá. Vieram porque não eram bem-vindas. Construímos o nosso Estado e reaquecemos a economia dando prioridade a quem realmente precisa”. O discurso de Lessa foi marcado pelo tom de despedida, onde o ex-governador fez um balanço de suas ações durante os quase oito anos à frente do governo estadual. “Em alguns momentos, tivemos que escolher onde fazer investimentos. Não imaginava que tivéssemos condições de fazer as coisas que conseguimos. Fiz tudo que podia, mas não tudo o que queria”, lamentou. “Espero que Abílio dê continuidade a essas obras”. Antes da cerimônia, Lessa passou para Abílio a responsabilidade de concluir as obras do canal do sertão e da orla lagunar de Maceió. Entre os argumentos de Lessa para comprovar os avanços em seu governo, o ex-governador lembrou da situação em que encontrou o Estado quando assumiu o cargo pela primeira vez, em 1998. “Temos que lembrar que o Estado tem a maior dívida pública do país e tinha os piores índices de desenvolvimento humano, de desenvolvimento e mortalidade infantil. Essa herança não pode ser esquecida para que a gente possa medir tudo o que foi feito. Isso também serve para que não sejam repetidos os mesmos erros do passado”, observou Lessa. ### Lessa responde às críticas em discurso O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), em seu discurso de despedida do cargo, respondeu às diversas críticas que recebeu durante o período em que administrou o Estado. “Muitas vezes, fui considerado louco porque pensava e dizia a verdade. Esse é o meu jeito e deu certo. As pessoas que comandavam o Estado estavam acostumadas a fingir que todo mundo era igual. Queriam que tudo ficasse como antes. Eu falava do aeroporto e diziam que era dinheiro do governo federal. Mas então por que não fizeram antes?”, ironizou Lessa. O ex-governador agradeceu a ajuda que teve da bancada federal alagoana. “Quero me referir a quem ajudou e agradecer a toda a bancada federal. Uns ajudaram mais, outros menos. Alguns criticavam mas, quando era necessário, ficavam do lado de Alagoas. Todos foram muito importantes nesse processo”, avaliou. Para Lessa, a maior conquista de seu governo foi recuperar a autoestima dos alagoanos. “O que é mais gratificante é ver o resgate da auto-estima do povo alagoano que tinha vergonha de dizer de onde era. É uma mudança na alma. Não somos piores do que ninguém. Isso me dá a sensação do dever cumprido”, apontou. Sobre a transmissão do cargo para o governador Luis Abílio de Sousa (PDT), Lessa afirmou estar tranqüilo quanto à continuidade do projeto político implementado durante sua gestão e lamentou que a verticalização das alianças partidárias tenha dificultado o lançamento da candidatura de Abílio ao governo do Estado. “A verticalização dificultou que ele entrasse na disputa, mas o que importa é a tranqüilidade de passar o cargo para o Abílio. Isso me faz dormir melhor”, comentou Lessa. No final do seu discurso, o ex-governador deu um conselho para seu substituto. “Temos que manter a harmonia com o Ministério Público, o Judiciário e a Assembléia Legislativa do Estado [ALE]. Fique de fora dessa briga. Todo mundo tem direito de votar em quem quiser e é o povo quem escolhe mesmo”, disse, referindo-se ao acordo entre o presidente da ALE, deputado Celso Luiz (PMN) com o grupo do deputado federal João Lyra (PTB) pré-candidato de oposição ao governo do Estado. “É preciso fazer um casamento com a prefeitura municipal também”, acrescentou Lessa. O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PTB), também integra o grupo de Lyra. |PV ### Abílio: governo terá identidade própria O governador Luis Abílio de Sousa (PDT) foi empossado do cargo, na manhã de ontem, no plenário da Assembléia Legislativa do Estado (ALE), pelo presidente da Casa, deputado Celso Luiz (PMN). Em um primeiro momento, foi lido o termo de renúncia do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). Em seguida, foi feita a leitura do juramento e do termo de posse, assinado pelo governador. Em seu discurso de posse, Luis Abílio destacou a honra de ocupar o cargo que pertencia a Lessa e declarou estar consciente da responsabilidade de comandar o Estado até o fim do ano. “Tenho tranqüilidade para dimensionar a responsabilidade do cargo. Participar da organização da sociedade é um elemento essencial para que o governo possa responder ao povo e aos seus representantes”, observou. Abílio disse ainda estar preparado para enfrentar as críticas que possa vir a sofrer e admitiu que Alagoas ainda se encontra em dificuldades. “Vamos demonstrar coragem cívica para absorver as críticas. Ainda é preciso aperfeiçoar nossa política de mudança. Apesar de todo o esforço, Alagoas continua sendo uma urgência”, avaliou. O deputado Celso Luiz prometeu manter a postura de apoio do Legislativo ao governo estadual e, para demonstrar isso, convocou para a próxima segunda-feira uma sessão extraordinária para votar todos os projetos e mensagens que tramitam na Casa. Enquanto o novo governador discursava, um grupo de servidores do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) promovia um “apitaço” em frente ao prédio da ALE. Abílio disse não ter ficado incomodado com a manifestação. “Depois da solenidade, representantes do Sinteal foram recebidos por Celso Luiz. Os servidores pedem isonomia salarial com os funcionários da Saúde. No início da noite, Abílio declarou que pretende dar continuidade às ações implementadas por Lessa, mas que esse “não será só um governo de transição”. “Participei intimamente da construção desse projeto e darei continuidade, mantendo a transparência. Minha administração terá identidade própria”, avisou. |PV ### Posse de Abílio no palácio movimenta política alagoana A solenidade de transmissão do cargo do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) para o novo governador Luis Abílio de Sousa (PDT), realizada no início da noite de ontem, movimentou a cena política alagoana. Entre as autoridades que compareceram à cerimônia estavam representantes de diversos segmentos sociais, políticos que estiveram ao lado de Lessa durante seus dois mandatos e outros que nem sempre mantiveram uma boa relação com o governo. O provável candidato ao governo do Estado pelo grupo governista, senador Teotonio Vilela Filho (PSDB), chegou atrasado à solenidade. Para Téo, Luis Abílio deverá manter a coerência política da administração estadual. “A posse de Luis Abílio tem a importância de passar para os alagoanos que existe um projeto em execução e um projeto a ser executado a partir deste. Isso vai dar uma segurança de que haverá um aprofundamento do que já foi feito até agora”, avaliou. A presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e prefeita de Feliz Deserto, Rosiana Beltrão (PRP), compareceu à cerimônia. A prefeita estava sendo cotada para ingressar como vice na chapa governista ao lado de Téo, mas declarou ter desistido da idéia. “A minha missão ainda não foi concluída. Tenho muitas obras que pretendo entregar à cidade. É o destino do município que está em jogo”, justificou. Rosiana precisaria renunciar à prefeitura até ontem para disputar as eleições. O senador Teotonio Vilela comentou a decisão de Rosiana. “A Rosiana é um excelente nome também, mas infelizmente teria que se desencompatibilizar hoje e esse processo ainda não está maduro, ainda demanda um tempo. Então, foi uma decisão pessoal dela, que eu respeito”, observou. A convite de Luis Abílio, a vice-prefeita de Maceió, Lourdinha Lyra (PFL), acompanhou a solenidade e participou do coquetel que se seguiu à solenidade. A vice-prefeita disse esperar que a harmonia entre o Executivo estadual e municipal prevaleça. “O Luis Abílio é um agregador, um conciliador. Esperamos manter uma boa relação durante o tempo que ele vai passar à frente do governo do Estado”, comentou. Além de vários secretários e ex-secretários de governo, estiveram na solenidade os vereadores Paulo Corintho (PV) e Judson Cabral (PT) e deputados estaduais Dudu Albuquerque (PSB), líder do governo na Assembléia Legislativa, Francisco Tenório (PMN) e Jota Cavalcante (PMN). Diversos prefeitos presenciaram a passagem do cargo, entre eles, Juliana Almeida (PMDB), de Mar Vermelho, Bruno Loureiro (PMN), de Japaratinga, Eudócia Caldas (PL), esposa do deputado federal João Caldas (PL), e Vânia Paiva (PMDB), de Rio Largo. Do Judiciário, compareceram o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-AL), desembargador Estácio Gama de Lima, o procurador-geral de Justiça, Coaracy da Mata Fonseca. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-AL), desembargador José Fernando Lima Souza, não foi à cerimônia. Depois da solenidade, Ronaldo Lessa se ausentou do Palácio Floriano Peixoto e não participou do coquetel servido na residência oficial, regado a uísque e canapés. PV ### Abílio elege as prioridades para seu governo O governador Luis Abílio (PDT) assume o comando do Estado baseado no Artigo 104 da Constituição Estadual que diz: “O vice substituirá o governador no caso de impedimento e o sucederá na hipótese de vacância do cargo”. “Assumo o cargo de governador de Alagoas com a missão de consolidar as mudanças iniciadas há sete anos por Ronaldo Lessa, que recuperou a credibilidade administrativa de um Estado em extrema dificuldade”, disse Luis Abílio, ao ser empossado ontem. No discurso, ele ainda lembrou as dificuldades enfrentadas na gestão de Lessa e do marco zero fincado pela atual administração com o objetivo de reverter e reduzir os absurdos índices de mortalidade infantil e de analfabetismo, fruto de décadas de descaso na administração pública estadual. Recuperação “Alagoas recuperou sua credibilidade nas instituições federais e financeiras e deu um salto de qualidade no seu desenvolvimento social e econômico. Basta lembrarmos dos programas empreendidos na Saúde e na Educação, as ações de inclusão social e o incremento das áreas econômica e turística, com a inauguração do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares e do Centro de Convenções, antigos sonhos do povo alagoano”, destacou Abílio. “Nos próximos nove meses, terei a mesma determinação de completar esse projeto compromissado com uma nova Alagoas, voltado para a satisfação de seu povo”, completou. Ele destacou também que, do ponto de vista do relacionamento com o governo federal, o projeto continuará de parceria. “O compromisso será sempre de preservar as relações institucionais a administrativas para o bem da população de Alagoas, independentemente da questão política”, resumiu o governador Abílio. Ele elencou como prioridades para os nove meses à frente do comando do Estado o reforço na política de segurança pública para diminuir os índices de criminalidade; a continuidade do projeto de combate à pobreza, com a ampliação do programa de microcrédito, e o combate sistemático à febre aftosa, para tornar Alagoas livre da zona de risco desconhecido para a doença. |PV com Agência Alagoas

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