Política
Amaral culpa Lula pela crise financeira no Pa�s

Brasília O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, responsabilizou ontem o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela crise no mercado financeiro e a disparada do dólar, que foi cotado a 2,70 reais pela manhã. Amaral argumentou que o real não se tornou alvo de um ataque especulativo e que os fundamentos da economia estão em ordem. Mas afirmou que a ambigüidade entre o discurso de Lula e o programa de governo do PT alimenta a insegurança entre os investidores. O que há é incerteza dos investidores sobre o que o candidato que está na frente (nas pesquisas eleitorais) vai fazer, ressaltou Amaral. Em qualquer país do mundo em que o candidato que está na frente deixa margens de ambigüidade entre o programa de seu partido e as suas declarações, os investidores temem onde vão pôr o seu dinheiro, completou. Os ataques dele a Lula foram acompanhados pela defesa ao pré-candidato a presidente José Serra (PSDB). Na avaliação de Amaral, o discurso mantido por Serra não apresentaria incertezas equivalentes ao do pré-candidato do PT a presidente o que isentaria o tucano da responsabilidade de tumultuar o mercado. Acho que o Serra é percebido como o candidato da continuidade, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que é apontado no Itamaraty como o possível ministro das Relações Exteriores, em caso de vitória do pré-candidato do PSDB a presidente. Amaral criticou, igualmente, os investidores e analistas financeiros por antecipar, numa fase ainda preliminar da corrida presidencial, os cenários econômico e político do novo governo. No raciocínio do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a escalada do dólar verificada nos últimos dias não teve por razão dúvidas em relação aos fundamentos da economia brasileira - pensamento que exclui as recentes decisões do Banco Central (BC) e o aumento da dívida pública nos últimos meses das causas da turbulência. Amaral arriscou ainda um conselho para o candidato à frente: que esclareça o projeto de governo e dê demonstração de coerência, caso seja eleito.