A Braskem nega que esteja comprando areia para preenchimento de minas de forma clandestina ou irregular. Também rebateu denúncias de supostas negligências na atividade de mineração de sal-gema e na identificação do rebaixamento do solo entre 2006 e 2007 nas áreas das 35 minas.
A empresa confirmou, porém, que a atividade de mineração está paralisada desde 2018. “A extração de sal-gema sempre foi acompanhada utilizando-se a melhor técnica disponível, fiscalizada pelos órgãos públicos competentes e com as licenças necessárias para operação”.
É o contrário do que indicam indícios investigados pela Polícia Federal na operação “Lágrimas de sal”. Uma das suspeitas é de divulgação de informações falsas da situação das minas para a empresa poder continuar operando. A petroquímica considera que o comprometimento e o desmoronamento de cavidades, como a que ocorreu com a mina 18, é decorrente de um “evento sísmico”.
Ressaltou que as medidas de monitoramento nas minas realizadas anteriormente ao desmoronamento da 18 não apontavam subsidência atípica na região. “A Braskem tomou conhecimento disso em 2019, com a aquisição de dados de interferometria”, afirmou.
Com relação às declarações do geólogo Abel Galindo, afirmando que a mina 18 não oferece mais risco, a indústria se coloca de forma prudente. “A Braskem continua mobilizada, monitorando a situação da cavidade 18, no bairro do Mutange, e tomando as medidas cabíveis. A região onde é localizada a cavidade está isolada, e não há moradores desde abril de 2020. A definição das medidas futuras só será possível com as condições de acesso seguro à área”.
Sobre a possibilidade de ocorrerem novos casos semelhantes ao que aconteceu com a mina 18, a empresa também não confirma. “Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área daquela cavidade. Todas as informações são disponibilizadas para os órgãos competentes, em tempo real”.
A empresa diz que o Plano de Fechamento de mina registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025. Ao ser questionada de onde retira a areia usada no preenchimento das minas, respondeu que adquire junto a fornecedores e que ela é proveniente de jazidas existentes em Alagoas, devidamente licenciadas pelo Instituto do Meio Ambiente e Agência Nacional de Mineração. A empresa esclareceu ainda que não adquire areia de fornecedores sob investigação. AF