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Nº 5759
Política

Coordenador da Defesa Civil lamenta fake news

O município de Maceió tem uma área total de 509 quilômetros quadrados, o território urbano soma 115 km², e a área total das 35 minas que estão sendo desativadas para extração de sal pela Braskem corresponde a três quilômetros quadrados, ou seja, represent

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 30/12/2023 - Matéria atualizada em 30/12/2023 às 04h00

O município de Maceió tem uma área total de 509 quilômetros quadrados, o território urbano soma 115 km², e a área total das 35 minas que estão sendo desativadas para extração de sal pela Braskem corresponde a três quilômetros quadrados, ou seja, representa menos de 5% da área territorial urbana de Maceió. Portanto, o problema está localizado e não afeta a geologia do restante das áreas urbanas.

Quem afirma isso é o coordenador Municipal de Defesa Civil, Abelardo Nobre, ao desmentir as fake news que cerca o problema. algumas delas dizem que Maceió corre o risco de afundar ou que a mina 18 teria o volume do Maracanã. Ele também rebate à falsa afirmação de que o colapso afetaria outros bairros da cidade.

“A região afetada é distante dos centros urbanos e polos turísticos, comerciais e da região litorânea da capital”, destaca Nobre. A região das 35 minas da Braskem permanece monitorada e não tem ninguém em situação de risco morando na área de criticidade.

Atualmente, os esforços se concentram no fechamento das minas em condições críticas, diz Nobre, ao lamentar que a onda de fake news ainda superdimensione a área afetada pelo crime ambiental causado pela petroquímica.

“Os riscos que as minas oferecem hoje são mais na região da Lagoa Mundaú que está parcialmente interditada próximo à mina 18. A população dos quatro bairros foi retirada. Agora, o outro risco é o das fake news ”, reforça o coordenador.

A equipe da sala de monitoramento é formada por geólogos, meteorologistas, urbanistas, engenheiros entre outros técnicos que monitoram tudo, em turnos de 24 horas”.

Nobre disse que, nos últimos três anos, os profissionais da Defesa Civil de Maceió estudaram e se prepararam para agir nos casos de maior gravidade. Admitiu, porém, que não se prepararam para combater as fake news. “Isso tem sido um grande problema que prejudica o nosso trabalho, assusta ainda mais a população, cria possibilidades impossíveis e causa enormes prejuízos econômicos”.

Sem menosprezar a gravidade do crime ambiental em curso e os efeitos do impacto ambiental negativo provocado pela Braskem, ele avaliou que as notícias falsas causaram um prejuízo à população alagoana, aos empreendimentos de turismo e à economia estadual.

Nobre lamentou que as informações imprecisas partem de subcelebridades das redes sociais, personalidades com cargos públicos e mandatos políticos que “permanecem tecendo comentários irresponsáveis”. Ele pede que essas pessoas procurem se informar com os órgãos envolvidos e não repassem as notícias falsas.

FALHAS GEOLÓGICAS

Quando os tremores de terra começaram a ser sentidos com mais intensidade nos quatro bairros afetados pela mineração [entre 2017 e 18], geólogos brasileiros e estrangeiros contratados pela Braskem responsabilizavam falhas geológicas em movimento como as causadoras do comprometimento de algumas das 35 minas. As falhas, segundo eles, teriam provocado dolinamentos (desmoronamentos) e geraram risco de colapso nas minas.

Amparadas em novos estudos, a Defesa Civil de Maceió apontou para uma possibilidade inversa. “É provável que a atividade de mineração, possivelmente feita sem obedecer a alguns critérios técnicos, tenha provocado perturbação nas falhas geológicas. As duas teorias precisam ser mais estudadas”.

“Nenhuma das 35 minas tem a dimensão do Maracanã”. Porém, avaliou que se juntarem as 35 minas “pode ser que cheguem, juntas, à dimensão do Maracanã”. De forma individual é impossível”, finaliza. AF

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