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Nº 5759
Política

Geólogos europeus recomendam paralisação da mineração em Maceió

Relatórios apontam risco potencial em cinco das 35 minas e descartam colapso em 16

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 30/12/2023 - Matéria atualizada em 30/12/2023 às 04h00

Geólogos de institutos especializados da Alemanha e Itália, contratados pela Braskem, monitoram a situação nos poços de extração de sal-gema. Eles recomendam manter a suspensão da mineração em Maceió. A atividade foi interrompida em 2019 por determinação judicial.

Das 35 minas da petroquímica, cinco ainda oferecem risco de colapsar, como ocorreu com a mina 18. Outras 16 não oferecem mais “riscos iminentes”. Quem atesta são relatórios da Agência Nacional de Mineração e da própria Braskem, elaborados com apoio de consultores europeus, da sala de monitoramento da Defesa Civil de Maceió, entre geólogos de universidades de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Nenhum deles, porém, descarta a possibilidade de “risco potencial”, ou seja, de “problemas futuros” nas 35 minas, porque existem minas que ainda não foram preenchidas e todas estão muito próximas.

Com relação às outras 19 minas, o coordenador da Defesa Civil municipal, Abelardo Nobre, destacou que cinco foram preenchidas com material sólido, sete pressurizadas (com água e ar) as demais precisam ser preenchidas e ter suas situações identificadas.

Elas ficam próximas à mina 18, que continua desmoronando lentamente. “Essas informações são dos equipamentos de monitoramento do solo nas áreas das minas, operados pela Defesa Civil de Maceió, em turno de 24 horas, todos os dias, além de relatórios da ANM, Braskem e de consultores internacionais que acompanham a evolução deste crime ambiental”, confirmou Abelardo.

Atualmente, todas as operações de monitoramento em campo e preenchimentos de cavidades estão suspensos porque a mina 18 continua colapsando, segundo o último balanço de 2023 da situação geofísica das minas monitoradas pela Coordenação Municipal da Defesa Civil.

A ANM também emite relatórios e faz monitoramento paralelo das atividades de fechamento das minas, que são executadas pela Braskem. Os relatórios vão para os órgãos da Justiça, dos governos federal, estadual e municipal.

A Gazeta teve acesso às informações e o coordenador municipal da Defesa Civil, Abelardo Nobre, confirmou que os equipamentos que monitoram a movimentação horizontal e vertical nas áreas dos poços indicam a estabilidade em áreas onde tem 16 cavidades.

Cerca de 60 mil pessoas das áreas críticas dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, parte do Farol e Bom Parto foram realocados. A indústria acusada pelo crime ambiental adianta que mantém aprovisionados R$ 14,4 bilhões para as medidas de mitigação, reparação e compensação dos eventuais impactos na cidade. Desse montante, segundo a petroquímica, R$ 4,4 bilhões foram pagos em indenizações.

A retomada do preenchimento de minas deve ocorrer em 2024, mas ainda não há uma data definida.

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