Sonar vai determinar danos causados por colapso de mina
Estudo possibilita conhecer a real situação no entorno da cavidade que se rompeu sob a Lagoa Mundaú
Por G1 | Edição do dia 04/01/2024 - Matéria atualizada em 04/01/2024 às 04h00
Um estudo de sonar, tecnologia utilizada para mapear cavidades, vai ser realizado para avaliar a dimensão dos danos provocados pelo colapso da mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, nas cavidades mais próximas.
A mina que se rompeu sob a Lagoa Mundaú era uma das 35 que a Braskem utilizava para extração de sal-gema. Desde 2019, todas as cavidades estão desativadas.
Algumas chegaram a ser preenchidas com areia, mas todas as atividades nas áreas das minas foram suspensas após o alerta de risco de colapso da 18, emitido pela Coordenadoria de Defesa Civil de Maceió no dia 29 de novembro.
Os poços que serão analisados são os de número 20 e 21, que ficam totalmente dentro da lagoa Mundaú. Essas minas se conectaram e são consideradas como se fossem apenas uma, denominada 20/21. Esse poço é o mais próximo da 18.
“Com o acontecimento da mina 18, a gente tem certeza de que ela afetou outras minas, mas o tamanho e quanto isso foi afetado, só vamos saber com esse novo estudo. Nós próximos dias, vamos nos reunir com a Defesa Civil Nacional, Defesa Civil Municipal e outros órgãos para aprovar o plano para que de forma imediata já nos próximos dias, a Braskem coloque em prática”, afirmou o capitão Douglas Gomes, chefe da seção de desastres naturais da Defesa Civil Estadual.
PROCEDIMENTO
Para realizar o estudo, é necessário introduzir o sonar em um poço que já existe na região. O equipamento é colocado na cavidade por um cabo operado por um caminhão.
Segundo o documento, caso o acesso ao poço esteja bloqueado, será necessário perfurar um novo poço para realizar o exame.
“Nós já temos um poço que dá acesso a essa cavidade 20/21, porém precisamos ter um estudo melhor para saber se esse poço está em deslocamento vertical, horizontal. Para isso, precisamos colocar um aparelho, que é o sonar. Caso a gente não consiga ter acesso, a mina 18 pode ter afetado, aí sim nós vamos autorizar para que a Braskem cave outro poço e assim tenha acesso às cavidades 20 e 21, que hoje estão conjugadas”, explicou o capitão.
DISTANCIAMENTO
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o espaçamento mínimo recomendado entre as minas é de, em média, 1,5 ou 2 vezes o diâmetro da cavidade, mas o monitoramento apontou que algumas chegaram a se conectar, o que é um indicativo de que tal distanciamento não foi respeitado pela Braskem, “ou decorreu das deformações das cavidades ao longo do tempo”.
A operação será realizada por uma equipe de sete pessoas de empresas contratadas pela Braskem. A previsão é que a duração do exame de sonar seja de cinco dias.