Política
Ex-ministro de Lula critica o Congresso

Patrícia Bastos Repórter Pouco mais de sete meses depois de ter visitado Alagoas a convite do PT, o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu ? cassado após o escândado do mensalão ? voltou ontem a Maceió. Ele fez a palestra de abertura do congresso promovido pelo Sindicato dos Urbanitários, justamente no dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou o acórdão aceitando a denúncia de formação de quadrilha e corrupção ativa devido o esquema de pagamento de propina na Câmara dos Deputados em 2005, que garantiria a aprovação dos projetos do governo. ### ?CPMF deveria ter alíquota maior e ser permanente? Ferrenho defensor do governo Lula, a quem credita ser o presidente que ?mais criou empregos?, Dirceu disse apoiar projetos polêmicos do governo federal, como a manutenção da CPMF, que de acordo com ele, deveria ter uma alíquota maior que a atual e ser transformada em imposto permanente. ?Primeiro, porque é um imposto proporcional, diferentemente do ICMS, que uma pessoa que ganha R$ 500 paga a mesma coisa que outro que tem salário de R$ 50 mil. Segundo, porque poderia eliminar os outros impostos, através de uma reforma tributária, mas de maneira que não houvesse perda de arrecadação ou aumento da carga tributária?, disse. ### Para Dirceu, 3º mandato não tem nada de ilegal Em entrevista coletiva no hotel que estava hospedado ontem, José Dirceu disse ser contra a um terceiro mandato de Lula. Mesmo assim, tratou de achar uma ?desculpa? para o presidente, caso a idéia ? que ele diz não ter se formado no PT ? seja colocada em prática. ?Não tem nada de ilegítimo ou ilegal nisso. Se fosse assim, a reeleição de Fernando Henrique teria sido um golpe. Se um ano antes das eleições presidenciais ele enfiou a reeleição goela abaixo do Congresso, porque Lula não pode ter um terceiro mandato?, falou, mas enfatizando em seguida que tanto Lula como o PT não concordam com esse artifício. ///