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Nº 5759
Política

Lula oficializa demissão de número dois da Abin e muda diretorias

Marco Cepik, servidor de carreira do órgão, será nomeado para o lugar de Alessandro Moretti

Por G1 | Edição do dia 31/01/2024 - Matéria atualizada em 31/01/2024 às 04h00

O governo decidiu fazer mudanças na cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e demitiu o diretor-adjunto da agência, Alessandro Moretti.

A troca acontece após mais uma fase da operação da Polícia Federal que investiga a suposta espionagem ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Depois da ação, o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão que autorizou as ações e revelou as afirmações da PF sobre a atuação da cúpula da agência nomeada pelo presidente Lula.

SUBSTITUTO

Moretti será substituído por Marco Cepik, que hoje comanda a Escola de Inteligência da Abin. Cepik é cientista político e já foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS).

Os diretores de sete departamentos da agência também serão substituídos, o que mostra uma ampla reestruturação do órgão de inteligência.

A avaliação é de que apesar de não haver uma denúncia concreta contra Moretti, houve um processo de desgaste, principalmente com a desconfiança por parte do governo federal sobre a relação do agora ex-diretor com Anderson Torres.

Com isso, a situação ficou insustentável e a mudança foi efetivada para pacificar, inclusive a própria agência. A escolha de alguém de carreira para o segundo cargo mais importante do órgão tem também o objetivo de contemplar os quadros da agência de inteligência.

Ao mesmo tempo, a mudança estrutural na Abin garante a permanência do atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Correia, que também estava sendo criticado, inclusive por integrantes da Polícia Federal, instituição à qual ele pertence e já comandou no segundo governo Lula.

“CONLUIO”

No inquérito, a PF afirmou que integrantes da atual cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) interferiram e até prejudicaram as investigações ao dificultar o acesso a dados.

“A preocupação de ‘exposição de documentos’ para segurança das operações de ‘inteligência’, em verdade, é o temor da progressão das investigações com a exposição das verdadeiras ações praticadas na estrutura paralela, anteriormente, existente na Abin”, diz relatório da PF enviado ao STF.

Para a PF, há inclusive um possível “conluio” entre os investigados da gestão anterior da agência com os integrantes da atual gestão, “cujo resultado causou prejuízo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”, completa o documento.

Em nota divulgada após as críticas do relatório da PF se tornarem públicas, a Abin afirmou que contribui com as investigações.

“Tem 10 meses que a atual gestão vem contribuindo com os inquéritos da PF e STF. A Abin é a maior interessada em esclarecer eventuais ilícitos e vai continuar colaborando com as investigações”, afirmou a agência..

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