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Nº 5759
Política

Morte de peixes não teve relação com colapso da mina 18, diz IMA

Resultado das análises constata nível elevado de degradação da Laguna Mundaú, além de outras características preocupantes

Por thiago gomes | Edição do dia 31/01/2024 - Matéria atualizada em 31/01/2024 às 04h00

A mortandade de peixes na Lagoa Mundaú, em Maceió, não teve relação com o colapso da mina 18, da Braskem, ocorrido no dia 10 de dezembro de 2023. A constatação é do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), em nota técnica divulgada ontem, contendo o resultado das análises na água.

Para a equipe multidisciplinar do IMA que se debruçou sobre o resultado das análises, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), as recentes mortandades de peixes estão ligadas ao nível elevado de degradação da lagoa, constatado nas amostras analisadas, além de outras características preocupantes relacionadas a altas temperaturas, lançamento de efluentes industriais e domésticos, drenagem urbana, presença de agroquímicos, resíduos químicos, a exemplo de derivados de combustíveis, e o acúmulo de matéria orgânica acentuada no leito da Mundaú.

Para chegar a essa conclusão, a partir do evento da mina 18, o IMA ampliou o monitoramento e fez 124 ensaios analíticos entre os dias 11 de dezembro de 2023 e 12 de janeiro deste ano.

Os dados foram apresentados aos pesquisadores da Ufal e confrontados com dados históricos do próprio IMA, da literatura científica e dos resultados da pesquisa referente ao edital Nº 09/2019, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL)/ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com foco nas condições de variabilidade da Lagoa Mundaú.

PADRÕES

A nota ressalta também que, no que se refere às variabilidades encontradas nos parâmetros físico-químicos, até este momento, não se identificaram padrões superiores aos já revelados historicamente. Isso indica que os parâmetros analisados estão dentro dos índices históricos encontrados no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM) e que, até o presente momento, não apresentam correlações com o evento da mina 18, embora mereçam atenção e acompanhamento contínuo.

O documento pontua ainda que, como medida de mitigação dos impactos, o IMA vem promovendo ações de educação ambiental e atuando com rigor na fiscalização e monitoramento, bem como atuando com mais criticidade no licenciamento de empreendimentos que possam causar significativo impacto ambiental no ecossistema lagunar.

Por fim, a nota afirma que o IMA segue trabalhando em parceria com as demais instituições, fóruns, conselhos e a sociedade civil, visando à conservação e recuperação do CELMM e, caso surja a situação em que os dados apontem para alterações relacionadas à mineração, o instituto não hesitará em adotar medidas cabíveis e divulgar essas informações à sociedade, reafirmando seu compromisso com a transparência e a busca pela preservação ambiental.

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