Pacheco diz que fala de Lula foi ‘equivocada’ e ‘precisa de retratação
Senador afirmou que comparação feita pelo presidente sobre ação de Israel “não se justifica”
Por G1 | Edição do dia 21/02/2024 - Matéria atualizada em 21/02/2024 às 04h00
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (20), em sessão deliberativa, que a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comparar a guerra entre Israel e Hamas com o Holocausto foi “equivocada”, “inapropriada” e “precisa de retratação”.
“Estamos certos de que uma fala inapropriada e equivocada não representa o verdadeiro propósito do presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, que é um líder global conhecido por estabelecer ou buscar estabelecer diálogos e pontes entre as nações”, afirmou Pacheco, que, em seguida, defendeu um pedido de desculpas.
“Uma fala dessa natureza deve render uma retratação, é fundamental que haja uma retratação”, completou.
Segundo Pacheco, mesmo que a reação de Israel seja considerada desproporcional em meio à guerra, o paralelo feito pelo presidente da República não se justifica.
O senador Omar Aziz (MDB-AM) criticou a posição de Israel e a morte de crianças durante a guerra. Também mencionou que Pacheco estava fazendo uma “reprimenda ao presidente” Lula. Em outro momento, questionou o presidente do Senado sobre sua opinião: “Me tipifique, então, o que é matar 30 mil inocentes?”
COBRANÇA
Em uma nova escalada da crise entre os governos dos dois países, Israel voltou a cobrar um pedido de desculpas de Lula.
Em um post em português nas redes sociais ontem, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, classificou a comparação feita por Lula de “promíscua e delirante”, e reafirmou que Lula “continuará sendo persona non grata em Israel” até que se desculpe.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na noite de ontem que a postura israelense após declarações de Lula é uma “vergonhosa página da diplomacia de Israel”.