Política
Reviravolta muda a cara da sucess�o / Parte II

PL SÓ VAI SE SALVAR SE ENCONTRAR PARCERIA Com Heloísa, a disputa será acirrada com Collor e Lessa mas, sem ela, mesmo entrando no páreo Geraldo Sampaio, o primeiro turno apontará o futuro governador. Num novo quadro, sem o PT, Collor e Lessa irão para o confronto direto e, chega na frente, quem conquistar maior respaldo no interior, atraindo prefeitos e lideranças políticas. Vai influir, igualmente, na opinião pública a presença de cada um na televisão e, através dela, as pesquisas mostrarão ao eleitor o caminho das urnas. A escolha do vice privilegiou as três principais regiões do Estado e, mantida a candidatura de Heloísa, fica o PT com a capital, através de Bomfim, Collor com o Sertão, via Cacalo, e Lessa com o Agreste, por intermédio de Demuriez Leão. Na correlação de forças, porém, o ex-presidente leva vantagem porque, nas composições, sobra para ele Arapiraca, segundo maior reduto eleitoral do Estado e, em Maceió, de acordo com as pesquisas, está em posição confortável. A prefeita Célia Rocha, que já faz restrições ao comportamento do Palácio, ficou mais distante depois que Lessa aceitou como vice Demuriez Leão, seu inimigo político e adversário em todas as eleições. Segundo seus correligionários em Arapiraca, vai oficializar apoio à candidatura de Collor, apesar de o PSDB, seu partido, sustentar a aliança branca com o governo. Situação difícil ficou o PL que, durante a semana, não se juntando a outra coligação, vai deixar seus candidatos em estado de desespero. O deputado federal João Caldas, por exemplo, mesmo arrancando das urnas uma votação expressiva, não terá condição de alcançar, sozinho, o coeficiente em torno de 110 mil votos. Na disputa à Assembléia Legislativa, os deputados Júnior Leão, Celso Luiz, Gilvan Barros e Isnaldo Bulhões terão que se esforçar muito para conseguir a reeleição de pelo menos três deles. BULHÕES VOLTA À CENA PARA DISPUTAR SENADO Renan Calheiros e Teotonio Vilela, até então sem adversários para a reeleição, agora suarão a camisa porque, na convenção, a Frente de Oposição decidiu lançar chapa completa. Eles vão enfrentar, primeiro, o ex-governador Geraldo Bulhões que, com biografia política invejável, mantém prestígio eleitoral na capital e interior. E, ainda, pode aparecer mais outro candidato a senador, dependendo da disposição dos deputados Antônio Albuquerque, do PTB, e José Thomaz Nonô, do PFL. O PPB do deputado Augusto Farias não afasta a possibilidade de também entrar na corrida. O xadrez ficou mais tumultuado com a indicação do empresário Bob Lyra, do PSC, que apóia a reeleição do deputado João Caldas, como suplente do senador Renan Calheiros. E a escolha do empresário João Tenório, que teve seu nome preterido pelo PSDB para disputar o governo, para suplente do senador Teotonio Vilela, seu cunhado e sócio. Todos esses interesses contrariados apontam para dois endereços: eleições municipais de 2004 e sucessão estadual em 2006. Daqui a dois anos, os mesmos grupos estarão se engalfinhando na disputa pela prefeitura de Maceió que, apesar da distância, já tem muita gente com a carapuça na cabeça. Independentemente da candidatura de Heloísa Helena, a esquerda já olha com simpatia para os nomes de Eduardo Bomfim, Paulão e Judson Cabral. O PSDB quer indicar o vice Sexta-feira, o PL tem Isnaldo Bulhões disponível e o ex-deputado Manoel Lins Pinheiro quer sair pelo PTdoB. Maurício Quintela e Carimbão estão na agulha do Palácio dos Martírios e, na retaguarda, Regis Cavalcante é a preferência do PPS. O PTB acredita que o deputado Antônio Albuquerque, presidente da Assembléia Legislativa, é a bola da vez para o governo daqui a quatro anos, enquanto a prefeita Kátia Born já desponta como candidata de Lessa. Renan Calheiros, que já perdeu uma e ensaiou outra, desta vez se lançará com antecedência e, conseguindo a reeleição, Teotonio Vilela abre logo a campanha. A mistura da emoção do futebol e da alegria da política faz o povo esquecer barriga vazia, dívidas, desemprego e miséria. Se esse sentimento, estampado ontem nas convenções e na conquista do penta pelo Brasil, se repetisse todos os dias, o país seria outro do ponto de vista econômico e social.