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Eleições presidenciais

Eleições na Venezuela: opositora diz que não conseguiu registrar candidatura

Itamaraty critica regime de Maduro por impedir inscrição de adversária; governo venezuelano rebate

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Após o fim do prazo de inscrição para as eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, a principal coligação de oposição do país denunciou na madrugada de terça-feira, 26, que as autoridades eleitorais não permitiram o registro da candidatura de Corina Yoris, negando-lhe acesso ao sistema de inscrição.

“Informamos a opinião pública nacional e ao mundo que todo o dia estamos trabalhando, reunidos em uma sessão permanente, para tratar de exercer nosso direito constitucional de nomear nosso candidato e não tem sido possível. Não nos permitiram acessar ao sistema de inscrições”, disse o secretário-executivo da Plataforma Unitária, Omar Barboza, em um vídeo divulgado pela coligação.

O prazo para inscrição iniciou na quinta-feira, 21, e acabou às 23h59 de segunda-feira, 25. As candidaturas deveriam ser feitas em um site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A Plataforma Unitária exigiu que o prazo fosse restabelecido, mas o presidente do CNE, Elvis Amoroso, confirmou que as inscrições fechariam à meia-noite, descartando os pedidos de prorrogação.

“NUNCA tivemos acesso ao sistema de aplicações. Desde o mesmo dia, quinta-feira, 21 de março (março), às 6 horas, tentamos sistematicamente acessar ao sistema e não foi possível”, publicou a Plataforma Unitária em uma mensagem que acompanha o vídeo na rede social X.

“Meus direitos como cidadã venezuelana estão sendo violados ao não me permitir acessar o sistema e registrar minha candidatura”, disse Yoris. “Fizemos todas as tentativas para inserir os dados do cartão... e o sistema está completamente fechado para poder inserir digitalmente.” Ela acrescentou que houve, inclusive, uma tentativa sem êxito de entregar pessoalmente uma carta ao CNE pedindo prorrogação do prazo.

Desde quinta-feira, foram inscritos 11 candidatos, de acordo com agência Associated Press: Maduro, Luis Eduardo Martínez, Daniel Ceballos, Antonio Ecarri, Juan Carlos Alvarado, Javier Bertucci, José Brito, Claudio Fermín, Luis Ratti, Enrique Márquez e o comediante Benjamín Rausseo. Deles, apenas Maduro e Rausseo aparecem nas diferentes pesquisas de intenção de voto. Os candidatos devem aguardar se sua candidatura ser aceita pela CNE.

CRÍTICAS

Ontem, o ministério das Relações Exteriores do Brasil criticou o regime de Nicolás Maduro por impedir a inscrição de Corina Yoris nas eleições de julho.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, disse a chancelaria, em nota.

O comunicado, no entanto, ressalta que o Planalto é contra a retomada de sanções à Venezuela, como sinalizado no começo do ano por autoridades americanas.

O governo Maduro rebateu o Itamaraty, mas agradeceu nominalmente o Presidente Lula pela “solidariedade”.

Em nota, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, repudiou a declaração do Itamaraty sobre as eleições e disse que o comunicado parecia “ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos EUA, onde são emitidos comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”

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