Operação Maligno
MPAL já investiga outra cooperativa
Órgão vai começar a analisar dados contidos nos materiais apreendidos durante a operação

Após o desencadeamento da Operação Maligno, o Ministério Público Estadual (MPAL) se prepara para analisar os dados contidos nos materiais apreendidos, para que seja investigado um possível envolvimento de gestores públicos no esquema. Além disso, outra cooperativa já está sendo investigada pelo MPAL.
“Tudo o que foi apreendido está dentro de invólucros plásticos com presilhas numeradas. Como temos um advogado envolvido, embora ele não estivesse no exercício da função, para dar uma credibilidade maior para essa extração de dados, vamos vai partir do pressuposto de que ele foi preso no exercício da função da advocacia. Já chamamos a Diretoria de Prerrogativas da OAB e o advogado que ele [Frederico Benigno, líder da Orcrim] tem em Maceió para acompanhar o rompimento dos lacres. Vamos romper e mostrar tudo o que temos. Depois devolveremos aos invólucros, fecharemos novamente e o próximo rompimento será para a extração dos dados, seja para análise documental ou para telemática”, explica o promotor Frederico Alves.
Segundo o promotor, o importante é saber que, com os dados em mãos, a equipe vai se debruçar para analisar a participação ou não de agentes públicos. “Vamos analisar: tem agente público? Quem são? Tem agente com prerrogativa de função? Se tem, é a Procuradoria Geral de Justiça [PGJ] que passa a investigar, com autorização do Tribunal de Justiça, se for o caso. Se não for, vamos aditar essa denúncia e incluir os agentes. Com isso, certamente o processo deve sair da 17ª Vara e ir para o TJ, pois, se tiver prefeito envolvido, o foro é no Tribunal de Justiça. E caberá ao TJ decidir se desmembra o processo, para que possamos reassumir novamente. Temos que esperar, mas eu acho que a República pode vir abaixo com a extração dos dados, por isso precisamos ter cautela”, explica o promotor.
Em uma das planilhas apreendidas com Betuel Ferreira de Souza, alvo da Maligno em Japaratinga, há uma rubrica com o nome ‘logística do dinheiro’, onde consta o pagamento de R$ 15 mil para um policial e menciona o prenome de um secretário de um dos municípios que mantinha contrato com a cooperativa, que receberia R$ 30 mil por mês. Mas, por enquanto, tudo não passa de indícios.
Nesta semana, mais uma vitória: a Justiça Trabalhista também determinou a suspensão dos contratos da falsa cooperativa com todos os municípios.
Outra cooperativa que estaria atuando da mesma maneira que a Moderniza em Alagoas já está na mira do MPE. Sem poder entrar em detalhes, o promotor Frederico Alves conta que os trabalhos já foram iniciados. Ele também conta que o grupo criminoso operava não só a Moderniza, mas pelo menos mais quatro cooperativas.
Até o momento, foram descobertos contratos com os municípios de Cajueiro, Quebrangulo, Porto de Pedras, Feira Grande, Pindoba, Carneiros, Olho d’Água das Flores, Mar Vermelho, Porto Real do Colégio, Pão de Açúcar, Estrela de Alagoas, Tanque d’Arca, Porto Calvo, Taquarana, Poço das Trincheiras, São Luís do Quitunde, Limoeiro de Anadia, Senador Rui Palmeira, Chã Preta e Flexeiras, mas esse quantitativo pode ser bem maior.