Eleições 2024
Chico Filho defende diálogo para garantir união na escolha do vice de JHC
Líder do prefeito no Legislativo municipal, vereador destaca influência da Câmara Federal no processo

Com o calendário eleitoral avançando, a sucessão do prefeito JHC (PL) é um dos principais temas que norteiam a política municipal. E ele não ficou de fora da entrevista do líder do governo na Câmara Municipal de Maceió (CMM), vereador Chico Filho (PL). O parlamentar avalia que, como a dúvida no momento é quanto à escolha do vice-prefeito, o nome indicado tem de ser resultado de uma acordo e do diálogo do grupo que apoia o município.
A revelação foi feita no programa GazetaNews Entrevista, apresentado por Wyderlan Araújo, com a participação do jornalista Marcos Rodrigues. De acordo com Chico, mesmo a CMM tendo um papel fundamental para a aprovação do prefeito, a Câmara Federal tem um pouco mais de relevância. Isso, porém, não quer dizer que é “martelo batido”, já que, tão importante quanto a escolha, é a união do grupo.
“A Câmara de Maceió tem um papel importante e inegável na gestão municipal, mas a Câmara Federal tem um peso diferenciado, afinal são três deputados: Arthur Lira (PP), Fábio Costa (PP) e Alfredo Gaspar (União Brasil). E ela, também, colabora muito com a gestão do prefeito JHC”, reconheceu Chico Filho.
Ex-emedebista, ele conta que deixou o grupo ligado ao senador Renan Calheiros (MDB) e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), após a eleição do Governador Paulo Dantas (MDB). Segundo Chico, o partido tem várias lideranças e, mesmo sendo um governo de continuidade, a gestão atual é liderada por outro “grupo” político.
“Quando fui para o MDB, foi a convite do Dr. Alfredo Gaspar, então candidato a prefeito, e hoje um excelente deputado federal. Assumi um compromisso, e ele foi para o MDB. Depois, o Jota ganhou a eleição e passou a fazer um excelente trabalho. Fiquei independente e as coisas foram andando e construindo pontes. Meu grupo político com o Galba e o Marcelo [Palmeira] sempre me chamando. Além do prefeito, que também sempre me convidou. Depois, decidi ir para o grupo do prefeito JHC por entender que a cidade precisava desse suporte para ele”, revelou Chico.
Ele explicou que procurou as lideranças de seu ex-partido e os comunicou do desejo de colaborar mais com a gestão. Conta, inclusive, que explicou a situação e não teve respaldo dentro do MDB. Lembrou também que houve algumas resistências e disse que, depois da eleição do Governador Paulo Dantas, não teve mais proximidade com o grupo e que seus interlocutores indicados para isso não avançaram.
“Nunca tive contato com o Governador Paulo Dantas e sim com o deputado federal Isnaldo (Bulhões), entre outros. Houve alguns desalinhos depois da vitória de Dantas. O grupo que vestiu a camisa para elegê-lo governador se sentiu desprestigiado. Teve uma repercussão junto ao senador Renan, mesmo sendo apenas um vereador. Mas tenho uma representatividade política em Maceió. Mas eles mesmos reconheceram que não houve uma boa costura naquele momento”, lembrou o vereador.
Já na liderança na CMM, ele conta que não teve nenhuma resistência. Nem mesmo o ex-líder Siderlane Mendonça, que foi até um mediador junto ao prefeito, indicando seu nome para a função.
“Ele me ajudou na indicação, pois consigo conversar com todos os vereadores de todos os partidos: da oposição à situação”, reconheceu Chico Filho.
PACIFICAÇÃO
Para a Casa chegar a essa compreensão, ele reconhece que foi necessário um trabalho de “pacificação” para desarmar palanques e construir novas perspectivas. “Isso é resultado do trabalho iniciado pelo Galba Netto, mas não só ele. Teve também o Marcelo, o Brivaldo, eu e outras figuras como Cal, Valmir, além de outros como Canuto e Aldo Loureiro. E considero que tudo isso tem a ver com o termômetro da prefeitura. A prefeitura vai muito bem porque o Legislativo vai muito bem. Jogamos no mesmo time para o melhor para a cidade. E quando conseguimos construir isso colhemos isso”.
Conhecido como um “mediador” do setor produtivo com a CMM, Chico afirma que essa é uma função importante em sua atividade política. Principalmente porque ainda há alguns “dogmas” e preconceitos que, em sua avaliação, precisam ser quebrados em relação à atividade empresarial.
“Há pessoas que têm preconceito com o empresário. Ele produz e o emprego vem desse empreendedor. E quanto mais facilidades criarmos para eles é melhor. Precisamos quebrar essa burocracia louca que existe em nosso país. Quando defendo o setor é porque quero mais empregos e mais comerciários. Pessoas com carteira assinada. E esse que também represento e quero proteger para que ela tenha: auxílio-doença e sua moradia. E não fique exposta à ‘iberização’ sem proteção”. Para ele, o poder público precisa entender que, às vezes, numa secretaria, o empresário é tratado como uma “coisa ruim”. “Ele precisa ser tratado como um cidadão, um gerador de empregos. O poder público tem que entender que é funcionário dele e não o contrário. São eles que geram emprego e renda”.
O vereador disse acreditar que, neste momento da gestão de JHC, ele está muito mais próximo dos empresários que no início. Quando se elegeu, num primeiro momento, por conta de seu perfil “populista”, esteve mais distante do segmento.