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Disputa de facções por território faz crescer número de homicídios

Grupo que controlava tráfico em conjunto de Rio Largo foi atacado por rivais que dominam área próxima

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Com uma política de morte aos concorrentes, a tentativa de facções criminosas de expandir os territórios de vendas de drogas tem levado violência e morte, principalmente para as periferias de Maceió e da região metropolitana, de acordo com a polícia. Na última semana, a prisão de um suspeito de liderar uma facção com atuação no Conjunto Antônio Lins, em Rio Largo, evidenciou essa disputa. Segundo a polícia, o homem de 34 anos mandava matar até mesmo os membros de seu grupo que ele suspeitava que estavam traindo a organização.

A delegada Rosimeire Vieira, titular da Delegacia de Homicídios de Rio Largo, explica que o preso liderava um grupo que se autodeclarava neutro, ou seja, não tinha ligação com nenhuma facção com atuação nacional ou regional.

Rosimeire conta que esse grupo, que tinha domínio da venda de drogas no Conjunto Antônio Lins, vinha sendo atacado pelos integrantes do Comando Vermelho que dominam o conjunto vizinho, o Jarbas Oiticica.

O Comando Vermelho é um grupo criminoso de atuação nacional surgido nos anos 90 no Rio de Janeiro e que se expandiu pelo Brasil. Atualmente, segundo a Segurança Pública de Alagoas, é a facção com maior atuação no estado e que segue em estratégia de expansão, como aconteceu em Rio Largo.

Rosimeire Vieira explica que é justamente essa tentativa de tomar território de outros criminosos que ocasiona grande parte dos homicídios. Ela detalha que, recentemente, o líder do grupo criminoso do Conjunto Antônio Lins mandou matar um integrante da própria facção por suspeitar de traição dele.

A suspeita se deu, segundo a delegada, porque os membros do Comando Vermelho conseguiram matar membros da facção do Antônio Lins em condições que levantaram suspeitas dos bandidos. Ainda assim, a delegada disse que a polícia não conseguiu comprovar se, de fato, houve traição. Contudo, ela explica que a mera desconfiança já é motivo para que as mortes sejam ordenadas.

Rosimeire relata que, com a baixa no número de integrantes do grupo do Antônio Lins, o líder e os remanescentes fugiram, tanto que foram presos no Jacintinho, em Maceió, e na Pescaria, também na capital, respectivamente. Com essas prisões e fugas, o Comando Vermelho deve se apoderar da área do Antônio Lins para vendas de drogas, de acordo com a delegada.

Conforme a Gazeta mostrou na edição do último dia 13 de julho, o Comando Vermelho detém a hegemonia do tráfico de entorpecentes em várias partes de Maceió e da Região Metropolitana, como é o caso de Rio Largo.

Ainda assim, a fação promove e também sofre ofensivas. Rio Largo, por exemplo, segundo o delegado Gustavo Henrique, que é chefe da Inteligência da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), tem sido alvo de ataques de criminosos que atuam no bairro Bom Parto, em Maceió. Os criminosos do Bom Parto se autodeclararam neutros. Por outro lado, os criminosos do Bom Parto que atacam os do Comando Vermelho de Rio Largo são alvos de ataques de traficantes do Comando Vermelho que atuam nos bairros da Levada, Ponta Grossa e Trapiche da Barra, que geograficamente são vizinhos do Bom Parto.

José Emerson da Silva, o Nem Catenga, de 40 anos, é apontado pela Segurança Pública de Alagoas como o principal líder do Comando Vermelho no Estado e responsável pelas decisões mais importantes do grupo, inclusive as de expansão territorial.

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