Segurança mobilizará 6.660 policiais para as eleições deste ano em AL
TRE/AL não descarta pedir reforço de tropas federais para municípios do Sertão e Agreste por causa do clima de tensão
Por Arnaldo Ferreira e Josué Seixas | Edição do dia 03/09/2024 - Matéria atualizada em 03/09/2024 às 23h07
O subcomandante-geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Neyvaldo Amorim, afirmou em entrevista à Central Gazeta de Notícias que 6.660 policiais serão mobilizados para tentar garantir a tranquilidade da eleição. Serão 1.077 locais de votação e todos contarão com patrulhamento presencial, conforme reunião na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL) nesta terça-feira (3).
Segundo Amorim, os agentes somente entrarão de férias após 8 de outubro, uma vez que as ações da polícia seguem até o dia seguinte à eleição. Ele acrescentou que não só as ações nos locais de votação serão monitoradas, já que o resto do efetivo estará dedicado a chamadas do 181 e do 190.
“Serão 6.660 policiais garantirão a tranquilidade da eleição. Temos um efetivo de 7.800 pessoas, das quais o restante seguirá atento a chamadas tanto do 181 quanto do 190. Além da votação em si, haverá um monitoramento dos casos de perturbação de sossego e da Lei Maria da Penha. O cidadão pode ficar tranquilo, pois ele poderá exercer a sua função democrática”, afirmou.
Amorim salientou que as forças policiais também foram deslocadas através da cidade de Maceió por causa do afundamento de solo em cinco bairros da capital, uma vez que as pessoas tiveram de fazer movimento semelhante ao sair de suas casas.
De acordo com ele, reuniões periódicas no TRE devem se tornar constantes até o pleito, com criação de um Centro de Comando e Controle para alinhar as relações entre as pastas envolvidas na garantia de uma eleição tranquila, havendo comunicação harmônica entre elas.
TROPAS FEDERAIS
A quase um mês das eleições municipais, o clima de tensão em municípios do Sertão e do Agreste de Alagoas é uma preocupação do TRE/AL, que vem recebendo denúncias de ameaças entre candidatos, cabos eleitorais, brigas em bares e tentativas de aliciamento de eleitores.
Em entrevista à Gazeta, o presidente do órgão, desembargador Klever Loureiro, admitiu que existe a possibilidade de pedir tropas federais para o pleito deste ano. Loureiro não revelou os nomes dos municípios que preocupam a Justiça Eleitoral, mas afirmou que “o clima está fervendo em municípios do semiárido”.
“Vamos analisar todos os pedidos de forças federais e não tenham dúvidas de que, diante do clima, poderemos deferir o pedido de reforço na segurança dos eleitores e candidatos”, disse o desembargador. Apesar de apostar no “entendimento democrático” entre os candidatos, Loureiro acrescentou: “Nesta altura do campeonato, reta final de campanha, há regiões onde as pessoas estão com os ânimos muito acirrados. A situação é realmente preocupante”.
O deferimento por tropas federais tem um procedimento a ser seguido. “O pedido é encaminhado ao Governador Paulo Dantas (MDB), que emitirá um parecer, a ser analisado pelo Pleno do Tribunal e, sendo aprovado, será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que fará a requisição das tropas federais para os municípios que necessitem o reforço da segurança”, explicou o desembargador.
Atualmente, o TRE/AL investiga 141 denúncias de ofensas, abuso de poder econômico, tentativa de aliciamento de eleitores, além de outras irregularidades.