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7 de Setembro

Historiadores destacam motivos para a comemoração da Independência

Data é vista como momento para refletir sobre a História do Brasil e como superar os problemas do País

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No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou o “Grito da Independência” às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo. Assim, o Brasil se consolidou como uma nação independente de Portugal. Desde 1946, a data é feriado nacional.

Ao contrário dos relatos “românticos” dos livros tradicionais de história, alguns dos principais historiadores de Alagoas, entre eles o vice-reitor do Cesmac, professor Douglas Apratto, a doutora em Ciências Sociais da Ufal Luciana Santana e o também historiador Geraldo Magela destacam que nossa independência é o resultado de muitas lutas, mortes, esquartejamento, prisões e resistência.

Luciana Santana é taxativa: “O 7 de Setembro é uma data a ser comemorada por marcar a mudança de status do Brasil, que, em 1822, deixa de ser colônia de Portugal e se torna um país autônomo em seu próprio território”.

Ela ensina que a data merece reflexão e crítica porque uma parcela da sociedade brasileira ainda é dependente, por causa da difícil condição socioeconômica em que vive.

Os brasileiros, segundo a pesquisadora, precisam pensar o que era o Brasil em 1822 e o que se tornou hoje. Reconheceu que o País teve importantes avanços, mudanças sociais e acompanhou as transformações mundiais.

“Ao examinar as nossas riquezas, as condições de produção e de oportunidade, a gente observa que o Brasil ainda requer políticas públicas no sentido de garantir maior emancipação, melhor qualidade de vida e de condição de sobrevivência das pessoas, com mais independência do Estado”, afirma.

Já o historiador Geraldo Majella considera o 7 de Setembro uma data simbólica da nossa independência de Portugal, que nos queria manter como colônia. Porém, destacou que nesses 202 anos o Brasil ainda é um País procurando se libertar, agora das amarras da globalização. Situação, segundo ele, semelhante à de todos os países em desenvolvimento.

“Os países vivem a dicotomia de ter uma independência política formal, com uma forte dependência econômica no cenário internacional”.

Outro importante pesquisador da História de Alagoas, o ex-secretário de Estado da Educação e atual vice-reitor do Cesmac, escritor, professor Douglas Apratto, fez um balanço histórico da Independência do Brasil parafraseando o escritor Millôr Fernandes: “O Brasil tem um enorme passado pela frente”.

Assim considerou que o País tem um déficit com a história da causa da independência, marcada por pressões, tensões e violência.

Destacou que os países com origem histórica colonial, como o Brasil, foram afetados com o fato histórico de suas emancipações. “No nosso caso, tivemos os povos originários substituídos pelos portugueses, também com a emigração que veio forçada [os cidadãos escravizados]. Muitas dessas transformações ocorreram com força bélica para impor a substituição da cultura nativa pela portuguesa”.

Apratto também ressaltou que “a mão forte” da Coroa Portuguesa puniu severamente os focos de resistências com mortes, esquartejamentos, prisões e outras sanções para manter o povo alienado aos direitos de liberdade.

O Brasil, segundo o professor, é fruto de mudanças. “Hoje temos um palco de polarização política no País. Há de se observar que esse fenômeno ocorre no mundo inteiro. A geopolítica está em fase de mudanças desde a Guerra Fria e a queda do muro de Berlim. O mundo vive a polarização de esquerda e direita. Acredito que, ao final, voltaremos a uma fase de se renovar os pactos republicanos, independentistas, da soberania brasileira e com a democracia sem atalhos”..

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