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Alta rejeição afasta Lula e Bolsonaro da campanha em Maceió

Principais candidatos têm evitado veicular no guia eleitoral mensagens de apoio dos dois líderes nacionais

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A duas semanas das eleições, os candidatos à Prefeitura de Maceió mais bem colocados na pesquisa Quaest de intenção de votos ignoraram, pelo menos na propaganda eleitoral no rádio e na TV (também nas redes sociais), os apoios de Lula e Bolsonaro, que chegaram a gravar vídeos em apoio aos aliados JHC (PL) e Rafael Brito (MDB) ainda não mostraram no guia eleitoral, por exemplo, que há interesse dos principais representantes dos campos progressista e conservador na vitória de seu aliado na capital.

Essa atitude pode ser interpretada como influência do resultado de 1ª pesquisa TV Gazeta/Quaest, que apontou ser alta a rejeição de Lula e Bolsonaro na capital alagoana.

O levantamento junto aos eleitores revelou que 37% deles gostariam que o futuro prefeito fosse independente ideologicamente. Outros 33% disseram que preferiam um candidato aliado de Bolsonaro e 25%, de Lula. A interpretação é que a maioria da população é indiferente a esse aspecto, pelo menos na eleição majoritária municipal.

A pesquisa mostrou, também, que somente 29% avaliam o governo Lula como positivo. Outros 66% consideram a gestão petista negativa ou regular (maioria absoluta). Quanto à administração de Bolsonaro, encerrada em dezembro de 2022, 45% julgam como positiva; 22% como regular e 29% como negativa.

Além disso, 29% revelaram não ter posicionamento ideológico, 20% disseram ser mais inclinados à direita, 19% seriam bolsonaristas, 15% lulistas e 12% mais inclinados à esquerda. Esse cenário pode explicar a estratégia de campanha dos dois candidatos em Maceió ao ignorarem Lula e Bolsonaro na propaganda.

SITUAÇÕES DESCONFORTÁVEIS

Para a analista política Luciana Santana, há uma série de fatores que impedem a visibilidade desses nomes nacionais como apoiadores das coligações majoritárias em Maceió. Segundo ela, JHC está em um cenário confortável, de favoritismo, e apostar na figura de Bolsonaro poderia virar a curva da ascensão.

“Em que Bolsonaro acrescentaria na campanha de JHC neste momento em que o prefeito é o grande favorito? Ele poderia criar situações desconfortáveis, que o candidato tem evitado na rotina. Até as entrevistas, sabatinas e debates são evitadas neste momento. JHC não quer dar qualquer motivo para que algo de ruim aconteça em sua estratégia”, destacou.

Quanto a Rafael Brito, Luciana Santana observa que trazer Lula a Maceió e/ou abrir espaço para ele aparecer na propaganda eleitoral pode se configurar um ‘tiro no pé’, levando em consideração o histórico de preferência do eleitorado maceioense.

“O eleitor da capital é de direita e muito conservador. Trazer o Lula para essa campanha, numa capital onde ele não venceu a eleição em nenhum dos três mandatos em que ele foi eleito, seria criar um desgaste desnecessário e, provavelmente, não vai atingir o objetivo que ele quer, de melhorar a sua condição. Além disso, tem a questão do desempenho do candidato nas intenções de voto, que ainda não deslanchou faltando pouco tempo para a votação”, completa.

Para a analista política, a campanha municipal tem foco nas questões locais e quase nunca a abordagem é nacionalizada. A exceção fica nas capitais mais ricas, no eixo Rio-São Paulo. “No caso específico da eleição municipal, o que interessa são as questões das cidades. Então, a gente não pode tentar trazer para essa arena questões subnacionais”, reforça.

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