Balanço
Abstenção cai em AL, mas se aproxima do patamar da eleição na pandemia
Do total de eleitores do estado apto a votar no dia 6 de outubro, 19,87% não compareceram às urnas

A abstenção eleitoral caiu em Alagoas no pleito municipal deste ano, mas o percentual é muito parecido com o registrado na eleição de 2020, realizada em meio à pandemia de Covid-19. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizou, no fim de semana, a estatística do quantitativo de eleitoras e eleitores aptos que compareceram e que se abstiveram no primeiro turno.
Do eleitorado apto no Estado (total de 2.442.894 pessoas), o comparecimento foi de 1.957.498 eleitores, alcançando 80,13%. Já 485.396 deixaram de votar no dia 6 de outubro, representando 19,87% de abstenção.
Fazendo um comparativo, o índice dos eleitores que se abstiveram no primeiro turno em Alagoas é um pouco menor do cenário de quatro anos atrás. Lá, 21,60% do eleitorado não exerceram o direito de escolher os futuros prefeitos e vereadores dos municípios.
No gráfico de evolução do quantitativo dos últimos 12 anos, o cenário com maior comparecimento em eleição ocorreu em 2012. No pleito municipal daquele ano, 91,60% dos eleitores aptos foram às urnas. Consequentemente, a abstenção chegou a 8,4%.
O percentual de faltosos em Maceió somou 22,08% em 2024. Em números absolutos, mais de 139 mil maceioenses deixaram de votar. O montante também é menor do que o registrado na eleição municipal passada, quando a abstenção registrou 25,04%.
No Brasil, segundo os dados do TSE, percebeu-se estabilidade entre os que compareceram e os que se abstiveram de um pleito para outro. Em 2020, o comparecimento foi de 76,85% (23,15% de faltosos) enquanto que, em 2024, pouco mais de 78% foram às urnas (com 21,68% de abstenção).
O índice de abstenção eleitoral é calculado como o percentual de eleitores que, tendo direito, não se apresentam às urnas. É diferente dos casos em que o eleitor, apresentando-se, vota em branco ou anula o voto.
A cientista política Luciana Santana, explica que o número de pessoas que preferem não votar por qualquer motivo é sempre mais baixo em eleições municipais. A excepcionalidade foi registrada justamente no pleito de 2020, com impacto no processo devido à pandemia do coronavírus.
“Mas, em geral, até pela proximidade do eleitor com os candidatos e candidatas, e o papel que o interior, principalmente, tem nesse processo, há uma tendência natural de a gente ter essa redução na taxa de abstenção. Então, as pessoas tendem a votar mais no primeiro turno. Tem eleição para vereador e para prefeito e isso faz com que as pessoas compareçam mais nessa proximidade com o eleitor”, destaca.
No segundo turno, Luciana Santana diz que, normalmente, a abstenção acaba sendo maior porque a escolha se resume a apenas um candidato. “Como a gente não tem nenhuma situação esse ano em Alagoas, não vamos conseguir comparar. Maceió, por ser capital, também devido a um cenário mais favorável que garantiu a reeleição do prefeito, acaba registrando uma taxa de abstenção maior. Isso acontece também em outras capitais”.
E completa que, quanto maior o município, mais distante fica essa relação entre eleitor e candidato. “Isso também justifica a maior taxa de abstenção na capital. Então, na média, a Alagoas teve uma redução da abstenção entre 2020 e essa eleição. Avalio que se trata de um quadro dentro da normalidade do que é esperado para o período”.