São Paulo
Nunes x Boulos: políticos de Alagoas fazem apostas para disputa
Segundo turno das eleições municipais será realizado neste domingo (27)

O segundo turno das eleições municipais de 2024 será realizado neste domingo, 27. Quase 40 milhões de eleitores estão aptos a votar para escolher os ocupantes dos cargos de prefeito e de vice-prefeito em 51 municípios.
Entre essas cidades, 15 são capitais: Aracaju (SE), Curitiba (PR), Natal (RN), Belém (PA), Fortaleza (CE), Palmas (TO), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), João Pessoa (PB), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Manaus (AM), São Paulo (SP).
Os outros 36 municípios onde haverá 2º turno são: Anápolis (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Barueri (SP), Camaçari (BA), Campina Grande (PB), Canoas (RS), Caucaia (CE), Caxias do Sul (RS), Diadema (SP), Franca (SP), Guarujá (SP), Guarulhos (SP), Imperatriz (MA), Jundiaí (SP), Limeira (SP), Londrina (PR), Mauá (SP), Niterói (RJ), Olinda (PE), Paulista (PE), Pelotas (RS), Petrópolis (RJ), Piracicaba (SP), Ponta Grossa (PR), Ribeirão Preto (SP), Santa Maria (RS), Santarém (PA), Santos (SP), São Bernardo do Campo (SP), São José do Rio Preto (SP), São José dos Campos (SP), Serra (ES), Sumaré (SP), Taboão da Serra (SP), Taubaté (SP) e Uberaba (MG).
Em São Paulo, que concentra mais de 9 milhões de eleitores, a disputa está especialmente acirrada, com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) concorrendo ao cargo.
Na pesquisa do instituto Datafolha divulgada na quinta-feira (24), Nunes apareceu com 49% das intenções de voto contra 35% de Boulos. Em relação à pesquisa anterior, publicada em 17 de outubro, Nunes oscilou dois pontos para baixo (tinha 51%) e Boulos, dois pontos para cima (tinha 33%). Ambas as variações estão dentro da margem de erro, que é de três pontos para mais ou para menos.
TORCIDA
Cada um no seu espectro, políticos de Alagoas consultados pela Gazeta estão na torcida e fazendo apostas para o resultado das urnas daquela que foi a campanha mais disputada das últimas décadas para a Prefeitura de São Paulo. No maior colégio eleitoral do País, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos travam uma batalha voto a voto.
Os dois avançaram para o segundo turno ladeados de apoios importantes. De um lado, Nunes conta com o suporte declarado do Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que indicou o vice na composição da chapa: o coronel da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, de 53 anos.
O oficial foi comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), um batalhão de elite da polícia militar paulista, e também presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Bolsonaro tem repetido que a indicação do vice não significa barganha por espaços no eventual secretariado.
Já Boulos tem o apoio, inclusive com a presença física em alguns eventos de campanha, do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e de figuras de expressividade dos partidos de esquerda. A candidata a vice é a ex-prefeita da capital paulista e ex-ministra do Turismo Marta Suplicy, que estava no MDB e retornou ao PT numa estratégia adotada pela Federação Brasil da Esperança para guinar a candidatura.
Para o deputado estadual Cabo Bebeto (PL), o eleitorado paulistano ficou dividido nestas eleições, citando o desempenho do ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que brigou até o fim pela vaga no segundo turno. Apesar da segmentação, ele diz acreditar na vitória de Ricardo Nunes neste domingo (27).
“Houve um desgaste grande, natural, apesar de todo mundo ter a mesma essência, mas as pessoas divergem e é comum que haja pontos conflitantes, mas que há, diante desses conflitos, algo em comum, que é não querer que a esquerda administre aquele município tão importante. Tenho certeza de que quem é de direita vai votar nele [no Nunes] e não vai permitir que o Boulos vença essa eleição e a esquerda administre a maior cidade do País”, declarou o parlamentar.
VISÃO HUMANITÁRIA
Na avaliação do deputado federal Paulão (PT), coordenador da bancada alagoana em Brasília, a vitória de Boulos representará uma visão humanitária à capital paulista. Ele diz torcer muito pela vitória do colega de Parlamento.
“Entendo que a vitória do Boulos dará uma nova cara para a maior capital do Brasil, que tem uma desigualdade enorme, mas sei que será uma luta difícil. O atual aumento das pesquisas aponta para a vitória do atual prefeito, mas a gente sempre tem o imponderável, que de repente pode ocorrer algum fato. A abstenção alta pode ser reduzida e essa redução pode ser favorável para o Boulos. Então, eu sou defensor dessa candidatura, mas a gente ainda tem fé que pode ocorrer a vitória dele, mesmo sabendo que a polarização de hoje não é favorável, mas estou na torcida”, completou Paulão.
No entendimento do vereador por Maceió Leonardo Dias (PL), São Paulo não estaria preparada para ser administrada por um candidato da esquerda. “A cidade não pode cair nas mãos do Boulos por tudo aquilo que o Psol representa. É a capital que é referência para o País e não pode ficar refém das ideias socialistas, estatizantes, além de outras tantas que envolvem a área cultural, apoio a invasores que se travestem de movimentos sociais, enfim. Por essa razão, torço para Nunes, mesmo com ressalvas que tenho em relação a ele”.
A vereadora por Maceió Teca Nelma (PT) diz acreditar ser Boulos o melhor nome para administrar São Paulo. “A cidade merece uma nova administração, moderna, que tenha entre seus objetivos centrais a inclusão social, a melhoria da qualidade de vida, principalmente nas periferias, além de fortalecer a segurança para a cidadania, combatendo privilégios, o crime organizado e o tráfico de drogas. Boulos já demonstrou, na sua trajetória política, sensibilidade humana, capacidade de renovação e diálogo com as diversas forças políticas e econômicas, sem perder o compromisso popular. Daqui de longe, só podemos torcer para que Boulos vença e a cidade de São Paulo não caia em mãos indiferentes à democracia”, ressaltou.