loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 04/07/2025 | Ano | Nº 0
Maceió, AL
27° Tempo
Home > Política

Gastos

Lula: ‘Se é para cortar, cortamos de militares, políticos, todos'

Segundo colunista, Presidente tem dito que pacote de cortes também deve atingir “a turma de cima”

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

O Presidente Lula (PT) deve enviar ao Congresso um pacote para cortar gastos de militares, políticos e empresas, afirmou o colunista Tales Faria no Análise da Notícia de ontem. Segundo ele, Lula tem dito nas reuniões dele e nessa última, especialmente com ministros, que pretende enviar ao Congresso um pacote de cortes voltado não só para o que ele chama de ‘andar de baixo’, mas também para a ‘turma de cima’.

Isso inclui, segundo os interlocutores do presidente, as emendas dos parlamentares ao orçamento, aposentadorias de militares, vantagens e penduricalhos do Judiciário e subsídios às empresas.

Segundo o colunista, a frase exata do presidente foi a seguinte: “Se é para cortar, cortamos de militares, políticos, empresas, todo mundo”.

O governo ainda não definiu as dimensões dos cortes que serão feitos. A estratégia seria mandar para o Congresso um pacote que justifique os cortes nos ganhos dos trabalhadores, esses chamados andar de baixo e assalariados, com uma contrapartida no chamado andar de cima.

A dimensão desses cortes e onde exatamente eles ocorrerão ainda não estavam definidos até segunda-feira (11). Os debates incluem os ministérios da Saúde, Educação, Trabalho, Previdência e Desenvolvimento Social. Todos os ministros dessas áreas têm reclamado. Houve até casos com os dois ministros da Previdência, Carlos Lupi, do Trabalho, Luiz Marinho, que ameaçaram se demitir. “O Presidente Lula falou incluir o andar de cima, justamente para acalmar os revoltosos”, diz o colunista.

Lula deixou claro que espera protestos também do Congresso e pressões do Judiciário, mas segundo ele, aí todo mundo vai ter que se expor. Por isso que ele pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que chamasse para as conversas o ministro da Defesa, José Mucio.

MILITARES

Segundo o Ministério do Planejamento, a Previdência dos Militares causa um déficit de 49,7 bilhões ao orçamento. No meio do ano, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que a aposentadoria dos militares deveria ser discutida por ser bem mais deficitária que o regime geral do INSS. A discussão, no entanto, perdeu tração por conta da resistência da caserna e do Congresso em tratar do assunto. O próprio Lula chegou a dizer publicamente que não mexeria no orçamento dos militares.

O Planalto e a equipe econômica avaliam, inclusive, antecipar outras medidas que podem atingir setores mais abastados da população, de forma a diluir a percepção de que o governo está prejudicando os mais pobres. São medidas que, em tese, seriam apresentadas ao Congresso somente em 2025.

Auxiliares palacianos afirmam que o cardápio de opções de cortes está na mesa do presidente, que não tem demonstrado pressa em tomar sua decisão. Interlocutores no Planalto e na Fazenda já preveem que o anúncio pode ficar para o final do mês, após a cúpula do G20.

Segundo dois ministros muito próximos de Lula, mudanças no seguro-desemprego não foram discutidas, em nenhum momento, na maratona de reuniões das últimas semanas. Ou seja, a tendência é que não entrem no pacote. Da mesma forma, não houve debate sobre desvincular o reajuste das aposentadorias do aumento do mínimo.

No caso do Bolsa Família e do BPC (Benefício de Prestação Continuada), o governo deve intensificar o pente-fino, buscando formas de aperfeiçoar a fiscalização e os cadastros

Também perdeu força a ideia de alterar os pisos constitucionais de Saúde e Educação, mas é provável que estas despesas obrigatórias sejam incluídas nas regras do arcabouço estabelece para despesas discricionárias. Ou seja, os pisos não mudam, mas o crescimento das despesas nas duas áreas fica limitado à inflação mais um aumento de 2,5%.

Relacionadas