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Nº 5856
Política

Bolsonaro não descarta refúgio em embaixada caso seja condenado

Ex-Presidente fala em perseguição e arbitrariedades e nega que soubesse de plano golpista

Por Da Redação | Edição do dia 28/11/2024 - Matéria atualizada em 28/11/2024 às 23h25

Apesar de a Polícia Federal apontar Jair Bolsonaro (PL) como líder de uma tentativa de golpe de Estado, o ex-Presidente nega que soubesse do plano de matar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Ele também não descarta pedir refúgio em uma embaixada caso tenha a prisão decretada.

Em entrevista à colunista do UOL Raquel Landim, o ex-mandatário afirmou que ‘não deve nada’, e não tem medo de ser preso. “Vivemos num mundo das arbitrariedades. Agora eu não posso ir dormir preocupado de que a PF vai estar na minha casa amanhã cedo. Eu já tive três busca e apreensão, tá? Absurdas, absurdas. Corro risco, sem dever nada, corro risco. [O Supremo] Vai fazer a arbitrariedade, vamos ver as consequências”, declarou nessa quarta-feira, 29. 

Bolsonaro e outras 36 pessoas, entre ex-ministros, assessores, aliados e militares de alta patente, foram indiciadas pela Polícia Federal por suspeita de crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa. Segundo a investigação, ele sabia do plano, que incluía a morte de autoridades. 

No entanto, o ex-Presidente diz que essa é “uma grande estória”, e que isso é apontado porque Alexandre de Moraes “assim deseja”.

“Que plano era esse? Dar um golpe com um general da reserva, três ou quatro oficiais e um agente da PF? Que loucura é essa? Ali no prédio da Presidência trabalham mais ou menos 500 pessoas. E eu sei o que cada um está fazendo?”, questiona. 

“E esse plano é para sequestrar e envenenar? Pelo que sei, o Alexandre não sai de casa com menos de seis agentes do lado dele. Isso aí é até bravata. É papo de quem tem minhoca na cabeça. Sequestrar, envenenar, matar. Matar o Alckmin? Não dá. Pra quê?”, continua. 

O político, que agora está inelegível, confessa ter conversado sobre “um dos artigos da Constituição” com comandantes das Forças Armadas, e que a minuta do golpe é “baseada” nela. 

“Para que serve a Constituição? É a nossa lei máxima. Eu entendo que ali é um norte para você seguir. Se tem um remédio ali, por que não discutir? Discutir um dos artigos da Constituição é algum crime? Foi levada avante alguma dessas possíveis propostas? O comandante do Exército falou sobre isso. Foi discutida a hipótese de GLO, de 142, de estado de sítio, estado de defesa. Qual é o problema de discutir isso aí?”

O ex-Presidente também diz não tem a “menor ideia” do que é o Plano Punhal Verde e Amarelo, apreendido com o general do Exército Mário Fernandes e incluía a morte de Lula, Alckmin e Moraes. E ainda afirma que nenhum subordinado pediu para que ele desse o golpe. 

“Eu acho que seria uma tremenda ignorância, tá certo? Petulância. Não estaria sofrendo bem das faculdades mentais. O que é um golpe de Estado? O golpe de Estado não é o que o presidente quer. Ele tem que se articular com as Forças Armadas, com políticos, classe empresarial, como fizeram em 1964. Ter recurso, tropa na rua”, acrescentou.

Quanto ao exilo em alguma embaixada, Bolsonaro diz que pelo que já viu na “história do mundo”, aqueles que se veem “perseguidos” podem ir para lá, não descartando a medida. “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”.

Já a respeito das eleições de 2026, ele diz que se manterá candidato à presidência, e que seu vice talvez será um nordestino “um cabra da peste”. “Sou um cidadão. Sou um réu sem crime. Fui condenado [se tornou inelegível] sem crime nenhum”, finalizou.

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