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Crise no PT/AL fortalece correntes internas de oposição

Nova tendência interna do partido que se opõe à atual direção regional será lançada oficialmente neste sábado em Maceió

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A Executiva Estadual do PT está em um nível elevado de tensão interna pela possibilidade de mudança no comando em Alagoas. Pela primeira vez, desde que o partido foi fundado aqui, em 1982, existe a hipótese real de que um grupo opositor vença a eleição para o Diretório Regional. Neste sábado, uma nova corrente que engrossa o coro contra a atual direção vai ser lançada oficialmente em uma plenária, em Maceió.

O lançamento da tendência contará com a participação de militantes, dirigentes e parlamentares petistas, além do coordenador nacional do Movimento PT e secretário de Meio Ambiente do Diretório Nacional, Saulo Dias.

O ‘Movimento PT’ deve reunir militantes históricos com atuação nos movimentos sociais e também novos militantes na sua composição. Eles lembram que o estatuto e o manifesto de fundação da legenda garantem o direito aos filiados de se organizarem nas chamadas tendências ou forças políticas, assegurando também a pluralidade ideológica nos debates internos.

Entre as lideranças locais que compõem a nova força política está o atual presidente do PT Maceió, Marcelo Nascimento, que deixou a tendência “Construindo um Novo Brasil” (CNB), coordenada pelo deputado federal Paulão. Além de Nascimento, integram os quadros da coordenação estadual Roberval Tenório, ex-presidente do Sindicato dos Vigilantes; Rita Pinheiro, presidente do PT de Traipu; Alisson Cardoso, microempresário e conselheiro de saúde; Diógenes Paes, professor e historiador, ex-dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB); Maria da Penha, professora e ex-secretária de Formação do PT Alagoas; e Cícero Burguesia, ex-presidente do PT de São Miguel dos Campos.

“Estamos iniciando um novo ciclo na história do PT de Alagoas, com o lançamento da tendência Movimento PT. Estamos chegando para somar, fortalecer e expandir o partido no Estado. Não podemos pactuar com as velhas práticas nocivas ao partido. Queremos um partido com forte presença nas cidades do interior e nos bairros populares da capital. Para isso, são necessários investimentos em atividades de formação na base, junto à juventude, mulheres, sindicalistas, trabalhadores autônomos, LGBTQIA+, população negra e movimentos sociais”, afirma Marcelo Nascimento.

“RESISTÊNCIA”

Em julho do próximo ano, o PT deverá escolher seus dirigentes pelo voto direto, como faz a cada quatro anos. A corrente partidária “Resistência”, liderada pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros, garante que terá a maioria de votos dos doze mil filiados petistas, porque está trabalhando junto aos diretórios municipais e conta com o apoio de outras tendências para a eleição.

Nessa disputa, Medeiros já contabiliza os votos de outros grupos expressivos, como o Movimento PT. Mas, Marcelo Nascimento já se projeta como pré-candidato a presidente.

Medeiros lidera um movimento que considera de renovação partidária, criticando o fato de a atual direção estar no comando desde que o PT foi fundado no Estado. Outro argumento utilizado pela oposição é o de que o atual diretório não conseguiu fazer o PT crescer nos municípios alagoanos, obtendo fracos resultados, como nas eleições deste ano, quando elegeu apenas um prefeito, no pequeno município sertanejo de Olho d’Água do Casado, e apenas 13 vereadores em cinco municípios.

Apesar do clima interno de disputa, o lançamento da candidatura do deputado federal Paulão para o Senado em 2026 foi aprovado pelas principais lideranças do PT. Ainda que lidere a tendência CNB, a mesma do Presidente Lula, Paulão tem a simpatia dos demais grupos em reconhecimento ao seu papel como parlamentar mais conhecido e pela trajetória que vem desde a década de 1990.

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