Política
Presidente quer comiss�o especial para combater o crime organizado

O presidente Fernando Henrique Cardoso propôs à Comissão de Direitos Humanos da Câmara uma nova alternativa em vez da decretação da intervenção federal para combater a corrupção e o crime organizado no Espírito Santo. De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Orlando Fantazzini, recebido em audiência no Palácio do Planalto (PT-SP), Fernando Henrique se dispõe a apoiar uma comissão especial que se encarregaria de adotar medidas emergenciais contra a criminalidade no Estado. Participarão desse trabalho, além de órgãos do Ministério da Justiça, membros da comissão da Câmara e do Fórum Nacional dos Direitos Humanos. A primeira reunião da comissão já foi marcada para hoje. Outras medidas seria a de assegurar proteção às testemunhas ameaçadas pelo crime organizado, de prover a Polícia Federal dos recursos suficientes para atuar no Estado e de fortalecer a atuação de uma força-tarefa. Ao contrário do que ocorre no Rio de Janeiro, será dispensada a ajuda das polícias civil e militar, suspeitas de envolvimento com o crime organizado. Orlando Fantazzini aceitou a proposta. Não desistimos da idéia da intervenção, mas por enquanto vamos aceitar a alternativa do governo, afirmou. Fernando Henrique disse ao parlamentar que a decisão de arquivar o pedido de intervenção, sugerido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), foi do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e não dele. Participaram do encontro do presidente com Fantazzini, os ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, da Casa Civil, Pedro Parente, e o secretario nacional de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, além do senador Romero Jucá (PSDB-RR) e do deputado Ricardo Barros (PPB-PR). Jucá disse que a preocupação do governo, de afastar setores da polícia local se justifica porque não se pode deixar raposas tomando conta do galinheiro. Fantazzini também tentou uma audiência com Brindeiro, mas não obteve resposta. Decidiu, então, protocolar na procuradoria o ofício em que pede o reexame do arquivamento do pedido de intervenção. O procurador, na ocasião, estava fora, na Radiobrás, gravando uma entrevista para a Tevê Justiça, que só entra no ar experimentalmente na segunda-feira.