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Cenário político

Lira admite disputa majoritária e defende mudanças no governo Lula

Deputado reconhece possibilidade de candidatura ao Senado ou ao governo de AL em 26

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Prestes a deixar a presidência da Câmara dos Deputados após quatro anos no comando, o deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou que há possibilidade de disputar um cargo majoritário em 2026, seja para o Senado, governo ou vice-governadoria de Alagoas.

Em entrevista ao jornal O Globo, o parlamentar destacou que a decisão dependerá do cenário político e das articulações do grupo ao qual pertence.

Lira também comentou sobre o desempenho do governo federal e defendeu mudanças na estrutura do governo Lula, afirmando que uma reforma ministerial não será suficiente para recuperar a popularidade do Presidente. Para ele, é necessária uma “arrumação de baixo para cima”, com ajustes na economia e maior sintonia entre os poderes.

ARTICULAÇÃO POLÍTICA E ECONOMIA

O parlamentar apontou que a queda na aprovação do governo está diretamente ligada a dificuldades na economia e à relação com o Congresso. “O governo foi eleito com uma pauta social forte, mas é preciso equilíbrio fiscal. A população que votou em Lula e parte da que votou contra começam a demonstrar insatisfação, e isso afeta a popularidade. Não é algo que se resolve com uma varinha de condão”, afirmou.

Para Lira, a estrutura do governo precisa ser reorganizada, começando pela economia, emprego e controle da inflação. Ele também criticou a falta de sintonia interna na gestão federal. “Há um desencontro do governo com o próprio governo, entre áreas da administração. É o momento de reavaliar tudo, inclusive a questão econômica”, pontuou.

Sobre uma possível reforma ministerial, Lira disse que considera as nomeações da Esplanada desequilibradas, com maior espaço para senadores do que para deputados. “O Senado ficou mais prestigiado do que a Câmara, que votou com mais facilidade para o governo. Existem partidos que dão mais votos e estão menos representados. Isso precisa ser ajustado”, defendeu.

FUTURO POLÍTICO

Questionado sobre uma possível candidatura ao Senado ou ao governo de Alagoas em 2026, Lira não descartou a possibilidade. “Sempre há cobranças para ascender a cargos majoritários, como governador, vice ou senador. Isso depende do grupo político, mas há essa possibilidade”, afirmou.

O deputado também comentou sobre o posicionamento do PP nas eleições presidenciais de 2026, destacando que o partido ainda não definiu apoio a Lula ou outro candidato. “Hoje, temos Lula e Bolsonaro como principais candidatos da esquerda e da direita. A decisão do partido precisa ser muito amadurecida, e não há definição clara sobre para onde iremos”, disse.

EMENDAS

Lira também abordou a disputa de poder entre Congresso e Judiciário, principalmente em relação às emendas parlamentares. Ele defendeu a transparência no uso dos recursos e afirmou que as emendas têm papel social importante. “São fundamentais para obras estruturantes, saúde, saneamento e atendimento à população. As desvirtuações devem ser tratadas como caso de polícia, não de política”, disse.

Sobre as críticas à imprevisibilidade de pautas na Câmara, Lira afirmou que as urgências são aprovadas por decisão coletiva e defendeu o protagonismo do Legislativo. “Quando cheguei aqui, não se votava projeto de origem parlamentar. O Congresso era apenas um carimbador de Medidas Provisórias. Hoje, isso mudou”, afirmou.

MARCA DA GESTÃO

Ao avaliar sua passagem pelo comando da Casa, Lira destacou reformas estruturantes e a independência do Banco Central como conquistas de sua gestão. Ele também mencionou o avanço da Reforma Tributária, aprovada no segundo biênio de seu mandato. “Nenhuma pauta-bomba foi colocada. Sempre garanti que o governo tivesse suas pautas prioritárias votadas”, destacou.

Lira ainda comentou sobre o PL das Fake News e o debate sobre Inteligência Artificial, admitindo que foram temas que ficaram pendentes, mas ressaltou que a tramitação seguirá na Câmara e no Senado.

O parlamentar classificou a operação da Polícia Federal sobre kits de robótica, que envolveu um funcionário de seu gabinete, como o momento mais difícil de sua gestão. O caso acabou arquivado. “Sofri porque nunca interferi na polícia. Investigaram por mais de um ano e não encontraram nada contra mim. Mas investigaram de forma adversa. Foi o momento mais duro, sim”, afirmou.

Lira se despede da presidência da Câmara com forte influência política e papel estratégico na articulação do Centrão, consolidando-se como um dos principais nomes do PP e peça-chave nas discussões para as eleições de 2026.

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