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Nº 5900
Política

Candidatos-surpresa se d�o mal nas urnas

A incerteza do deferimento da candidatura devido à ficha suja na Justiça levaram candidatos do interior a fazerem manobra para evitar que a então possível vitória das urnas fosse seguida de derrota nos tribunais. Em cinco municípios, eleitores que teclara

Por | Edição do dia 12/10/2008 - Matéria atualizada em 12/10/2008 às 00h00

A incerteza do deferimento da candidatura devido à ficha suja na Justiça levaram candidatos do interior a fazerem manobra para evitar que a então possível vitória das urnas fosse seguida de derrota nos tribunais. Em cinco municípios, eleitores que teclaram os dois números dos candidatos a prefeito não viram a foto e o nome do candidato que estavam votando de fato. Cinco chapas majoritárias nos municípios de Olivença, Tanque d’Arca, Santana do Mundaú, Santa Luzia do Norte e Teotônio Vilela, para tentar salvar a campanha, mudaram os candidatos à prefeitura no dia anterior ao pleito. Essa troca de candidatos, que é acobertada pela lei, deixa o eleitor confuso, porque no dia da votação não sabe realmente em quem está confirmando seu voto. Pode ter sido essa a causa da manobra não ter dado certo em três municípios e os novatos – que não tiveram tempo para serem conhecidos pelos eleitores, nem de apresentarem as suas propostas – foram derrotados pelos concorrentes. ### “Caciques” perdem espaço no interior | GILVAN FERREIRA - Repórter O resultado das eleições municipais pode ter dado início ao processo de mudança no cenário político de Alagoas, que, para analistas políticos, começou a ser implantado há dez meses com o desencadeamento, pela Polícia Federal, da Operação Taturana, que atingiu a Assembléia Legislativa e seus maiores “caciques”, flagrados em esquema de desvio de cerca de R$ 300 milhões dos cofres do Poder Legislativo. O inquérito da Polícia Federal apontou o envolvimento de 15 deputados estaduais e de outras 95 pessoas no esquema que seria “chefiado” pelos ex-presidentes da Casa Tavares Bastos, Celso Luiz (PMN) e Antônio Albuquerque (sem partido), este último afastado do mandato desde março deste ano e destituído do comando da Mesa Diretora, há 15 dias, por decisão da maioria dos parlamentares. ### Taturana também atingiu Celso Luiz O “efeito taturana” também atingiu o ex-presidente da ALE, deputado Celso Luiz, que na eleição de 2006 conseguiu eleger a sua esposa Cláudia Brandão com a maior votação para o Legislativo. Cláudia Brandão, que era desconhecida dos eleitores alagoanos, obteve 48.904 votos para deputada. Eleita pela ALE para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado, ela também foi indiciada pela Taturana. Dos 38 prefeitos que apoiaram o ex-deputado Celso Luiz na eleição de 2006, somente 11 conseguiram se reeleger ou ajudar na vitória do candidato apoiado pelo grupo político do ex-presidente da ALE. ### Para Luna, derrota se deve à revolta O superintendente da Polícia Federal, delegado José Pinto de Luna, concorda com a tese de que a Operação Taturana foi um dos principais fatores para que a maioria dos deputados estaduais e tradicionais caciques da política em Alagoas perdesse as eleições. “O desencadeamento da Taturana, que mostrou o envolvimento de vários deputados estaduais e políticos alagoanos com o esquema de desvio de dinheiro dos cofres da ALE, foi o principal fator para a derrota nas urnas desses caciques políticos do Estado, que há muitos anos comandam Alagoas à base de ameaças, intimidações e utilizando o dinheiro roubado para comprar a consciência do povo. Mas isso começou a mudar a partir da Taturana, que levou um bando de políticos para a cadeia e ao indiciamento por envolvimento no esquema milionário de desvio de recursos públicos”, disse Luna. ///

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