Opera��o Voto Nulo prende 7 pessoas
Sete pessoas foram presas e vinte mandados de busca e apreensão foram cumpridos, ontem, na chamada Operação Voto Nulo, que contou com 80 policiais federais, inclusive de Sergipe. Entre os presos, o prefeito reeleito de Porto de Pedras, Rogério Farias; o v
Por | Edição do dia 16/10/2008 - Matéria atualizada em 16/10/2008 às 00h00
Sete pessoas foram presas e vinte mandados de busca e apreensão foram cumpridos, ontem, na chamada Operação Voto Nulo, que contou com 80 policiais federais, inclusive de Sergipe. Entre os presos, o prefeito reeleito de Porto de Pedras, Rogério Farias; o vereador do município, Oseas Mendes, e seu filho; e ainda o juiz eleitoral da cidade, Rivoldo Sarmento. Armas e farta munição, além de computadores e cadernos com supostos cadastros de eleitores, foram apreendidos, tanto em Porto de Pedras como na Barra de Santo Antônio, onde a prefeita, Rume Farias, é mulher de Rogério Farias; e também em Maceió, onde Oseas tem casa. Os presos são acusados de integrar esquema de fraude eleitoral em Porto de Pedras, com a conivência da Justiça Eleitoral do município. As prisões foram decretadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL), com base em documentos apreendidos no dia da eleição, quando, graças a uma denúncia anônima, dez pessoas, moradoras de Maceió, foram presas na cidade, prontas para votar, portando, cada uma, cinco títulos de eleitor e carteiras de identidade, tudo falso. ### Juiz vai para Academia da Polícia Militar | DAVI SOARES - Repórter Após ter sua prisão temporária decretada na tarde de ontem, o juiz Rivoldo Costa Sarmento Júnior se apresentou no início da noite à presidência do TRE e foi conduzido à Academia da Polícia Militar, onde deverá cumprir os cinco dias da prisão em cela especial. O magistrado é reincidente e responde no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a um pedido de revisão de processo disciplinar instaurado contra ele em 2002. Ele pode ser condenado à aposentadoria compulsória. O juiz é titular da 33ª Zona Eleitoral e acusado de integrar um esquema de fraude eleitoral nas eleições de Porto de Pedras, que foi investigado na Operação Voto Nulo, deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF). Nos autos do processo, o juiz aparece como responsável por fornecer os dados eleitorais para expedição de títulos e documentos de identidade falsificados. ### Rivoldo nega envolvimento com fraude | SEVERINO CARVALHO - Repórter Ontem pela manhã, o juiz eleitoral Rivoldo Sarmento prestou depoimento ao delegado federal Janderlyer Gomes, no Fórum Desembargador Ernandi Lopes Dorvillé, em Porto de Pedras. A oitiva foi acompanhada pelo presidente da Almagis, Maurílio Ferraz, e pelo vice-presidente administrativo, Pedro Ivens Simões de França. O delegado federal ouviu ainda, acerca das denúncias de fraude eleitoral em Porto de Pedras, a mesária Carlúcia dos Santos e a eleitora Eloísa da Silva, levada até o fórum numa viatura da PF. Eu fui votar e quando notei, outra pessoa já tinha votado em meu lugar, lamentou Eloísa, que após o interrogatório foi liberada, juntamente com a mesária. ### Esquema teria despejado mil títulos falsos em município | CARLA SERQUEIRA - MARCOS RODRIGUES / Repórteres Em entrevista coletiva, na tarde de ontem, o delegado da Polícia Federal, Nilton Ribeiro, afirmou haver indícios de que a Prefeitura da Barra de Santo Antônio, comandada por Rume Farias, mulher do prefeito de Porto de Pedras, Rogério Farias, pode ter financiado o esquema de fraude eleitoral, desvendado na Operação Voto Nulo. A coletiva foi convocada pela procuradora regional eleitoral, Niedja Kaspary, que ao lado de Ribeiro; do diretor-adjunto da Polícia Civil, Edson Freitas; e do tenente Carlos Alberto, do Bope, elogiou a atuação integrada das polícias no combate à corrupção, nestas eleições. /// Rogério Farias e José Vanderlan ao chegarem ao IML, ontem, para exame de corpo de delito. Foto: Gilberto Farias