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Coaf alertou Justiça sobre movimentação suspeita nas contas de vereador e assessores

Relatório financeiro foi o ponto de partida para apuração da PF que envolve Siderlane Mendonça

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Juíza Nirvana Mello tornou público o processo contra o vereador Siderlane na esfera eleitoral
Juíza Nirvana Mello tornou público o processo contra o vereador Siderlane na esfera eleitoral | Foto: Assessoria

A Justiça Eleitoral determinou o fim do sigilo sobre o processo que investiga o vereador Siderlane Mendonça (PL) e mais 11 pessoas por suspeitas de corrupção eleitoral, desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro e rachadinha com salários de servidores.

O caso, que se tornou público após alerta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), é parte da Operação Falácia, da Polícia Federal.

O Coaf identificou movimentações financeiras atípicas na campanha de Siderlane à reeleição em 2020, incluindo o valor de R$ 244.016,00, ligado a doações de servidores comissionados lotados em seu gabinete.

Alguns funcionários teriam sido coagidos a repassar parte ou até a totalidade dos salários ao vereador, prática conhecida como rachadinha. A esposa de Siderlane, Drielly Karoline dos Santos de Assis, também é investigada.

Entre os indícios está o caso do servidor Pedro Henrique do Nascimento Gomes da Silva, que teria doado R$ 82.151,58 à esposa do parlamentar, valor considerado incompatível com sua renda.

Segundo a Polícia Federal, as irregularidades não se limitaram à campanha de 2020. De 2021 a 2023, o esquema teria continuado em operação.

A juíza Nirvana Coelho Bernardes de Mello, ao tornar público o processo na esfera eleitoral, sinalizou a gravidade das denúncias e autorizou medidas como suspensão do mandato, bloqueio de bens e quebra de sigilo bancário. A prisão temporária de Siderlane, no entanto, foi negada por falta de requisitos legais.

Apesar disso, o sigilo segue mantido sobre parte das investigações conduzidas pela Polícia Federal. A decisão dividiu opiniões: para uns, a transparência fortalece a democracia; para outros, a preservação do sigilo é essencial para não comprometer as apurações em curso.

O esquema também envolvia familiares e assessores próximos. Segundo os autos, um servidor chegou a entregar integralmente seu salário ao parlamentar para manter o cargo. A PF apura indícios de que os recursos eram lavados por meio de contas bancárias da esposa de Siderlane, com uso de laranjas e ocultação patrimonial.

O caso é tratado como emblemático por investigadores por escancarar práticas ilícitas com recursos públicos e violar o princípio da moralidade administrativa.

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