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Bolsonaro diz ter falado com cúpula militar sobre estado de sítio

Em entrevista ao UOL, ex-Presidente falou sobre anistia e eleição de 2026 e reiterou que seu julgamento será político

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Para Jair Bolsonaro, suspensão da ação contra o deputado Alexandre Ramagem deveria se estender a todos os réus
Para Jair Bolsonaro, suspensão da ação contra o deputado Alexandre Ramagem deveria se estender a todos os réus | Foto: Reprodução UOL

O ex-Presidente da República Jair Bolsonaro defendeu em entrevista publicada pelo portal UOL nessa quarta-feira, a tese de que julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) seria político e que sua inelegibilidade poderia ocorrer “por jogar papel no chão”.

Bolsonaro voltou a dizer que foi condenado “por duas ações”: se reunir com embaixadores no Palácio da Alvorada e por fazer um discurso “no carro de som do (pastor) Silas Malafaia” após as comemorações do 7 de Setembro de 2022. “Ou seja, é um julgamento político. Não justifica o que tá acontecendo”.

Entrevistado pelos jornalistas Carla Araújo e Josias de Souza, ele admitiu conversa sobre estado de sítio e de defesa. Bolsonaro disse que tratou sobre esses temas com comandantes militares após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitar recursos do PL contestando a eleição.

Para o ex-Presidente, a suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) deveria ser estendida a todos os réus. A Câmara dos Deputados votou na semana passada pela suspensão do processo contra o parlamentar, mas a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou a decisão.

“Estou no Supremo por causa do ramagem. Botaram o Ramagem lá para todo mundo ir atrás. E agora, quando a Câmara decide, ainda tem o recurso do Hugo Mota, tirar o Ramagem de lá, a primeira resposta que eu tenho dessa Turma, é que se sair, sairia só o Ramagem. A ação penal é uma só, não tem essa ação e não aquela”.

Bolsonaro também criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes e a condução do relator na ação sobre a trama golpista. “Ele está ali comendo etapas para ver se o julgamento acontece em agosto, setembro. Se sou tão culpado assim, por que não seguir o devido processo legal?”, questionou.

“A gente não ganha nenhuma contra o Alexandre de Moraes. Um recurso, por mais óbvio que seja... a gente não ganha nada”.

Para Bolsonaro, a suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) deveria ser estendida a todos os réus. A Câmara dos Deputados votou na semana passada pela suspensão do processo contra o parlamentar, mas a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou a decisão.

Bolsonaro disse que Cid foi submetido a um “pau de arara do século 21”. O ex-presidente e as defesas dos outros réus têm criticado a delação feita pelo tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

“Chegou o ponto do Alexandre de Moraes interrogar o Mauro Cid. E ele falar ‘olha teu pai, tua esposa, olha tua filha’. Você pode fazer delação nessas circunstâncias? A própria Lava Jato disse que isso é pau de arara do século 21. Isso foi feito com o Cid. [...] Delação subentende espontaneidade, verdade e prova. Ele foi torturado. Não vou dizer que ele mentiu. Ele foi torturado, pensando na filha e na esposa, que teriam comprovação de falsificação do cartão de vacina”.

O ex-presidente disse ao UOL que “não falaria mais” em referências as declarações feitas durante a pandemia da Covid. “Posso ter exagerado algumas palavras sim”, afirmou. Bolsonaro negou, entretanto, que tem qualquer arrependimentos em relação a condução da pandemia como presidente da República ou ao fato de não ter se vacinado.
Sem citar nomes, o ex-presidente também cobrou governadores de direita a se posicionarem contra a inelegibilidade. “Gostaria, não posso obrigar, que os governadores falassem: ‘Bolsonaro está inelegível por quê? Essas acusações valem?’”, disse. Entre os governadores ligados a Bolsonaro estão Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais), e Ratinho Jr (Paraná).

Bolsonaro afirmou que vai até o “último segundo” para conseguir lançar sua candidatura no próximo ano. “Michel Temer até entrou nessa questão, é direito do Michel Temer, ninguém que entrou na política esquece”, disse. A declaração ocorre após o ex-presidente do MDB citar nomes presidenciáveis para 2026, mas sem incluir Bolsonaro.

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